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Antônio Carlos Silva

Professor de Matemática. Fundador do PCO, integra a sua Executiva Nacional. Atuou na fundação do Coletivo de Negros João Cândido. Liderou a criação e coordenação dos Comitês de Luta contra o golpe e pela liberdade de Lula. Secretário Sindical Nacional do PCO, coordena a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, da CUT.

Fora Bolsonaro-Lula Presidente

Plenária Nacional do Bloco Vermelho agrupa contra a frente ampla

Venha discutir e aprovar  iniciativas para que a mobilização se amplie, para abrir caminho para uma possibilidade para uma vitoria popular contra o regime golpista

lula pco abc

Com mais de 150 assinaturas de Comitês de Luta, Partidos, dirigentes sindicais, políticos e populares, artistas etc. no seu Manifesto de convocação a Plenária Nacional Fora Bolsonaro – Lula Presidente, a ser realizada nos próximos dias 6 e 7 de novembro, em São Paulo, com a participação de centenas de dirigentes e ativistas de todo o País e, inclusive, do exterior, vai se constituindo em um polo de agrupamento dos setores classistas que se opõem à capitulação de parcelas da esquerda burguesa e pequeno burguesa que buscam à todo custo colocar o Movimento Fora Bolsonaro, à reboque da direita golpista, ameaçando – de fato – levá-lo à paralisia total e à sua liquidação.

A significativa adesão de dirigentes e lideranças dos mais diversos setores da esquerda, de companheiros do PT, da CUT, de setores independentes, de ativistas dos mais diversos movimentos de luta dos explorados, à iniciativa tomada pelos Comitês de Luta e pelo PCO de convocar a Plenária evidenciam sua importância, em um momento de muita confusão diante da perspectiva política paralisante de setores da própria esquerda burguesa e pequeno-burguesa, que agem claramente para sabotar a mobilização que levou centenas de milhares de pessoas às ruas entre os meses de maio e o dia 2 de outubro, e foi um fator de agravamento da crise do governo e do regime político, criando condições concretas para impor uma derrota da direita no caso de que continuasse a evoluir.

A direita agiu para infiltrar o movimento, com os “pais de Bolsonaro” que procuram se passar por “bolsonaristas arrependidos”, do PSDB, MBL, DEM, MDB etc., sem que no entanto arredassem um só milimetro de suas posições de manutenção do atual governo e de apoio às “reformas” contra os trabalhadores de Guedes e Bolsonaro, às quais pressionaram e pressionam pela aprovação e que buscam complementar com as “reformas” nos Estados e Municípios contra os servidores e todo o povo, como se vê – entre outros – nos casos da famigerada PLC 26, de João Dória (PSDB-SP), e do PL 07, a “reforma” da Previdência (Sampaprev2), de Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo; as quais evidenciam que esses e outros “infiltrados” com as quais a esquerda frente amplista quer se aliar são iguais ou piores do que Bolsonaro.

Nos atos, principalmente, e reuniões públicas (com alguma participação real e não aquelas armadas para discursos de uma panelinha burocrática) ficou mais do que evidente  que a imensa maioria dos ativistas que sustentaram essas mobilizações se opõem clara e decididamente à política seguir à reboque e capitular diante de golpistas e inimigos do povo trabalhador, que fingem fazer oposição à Bolsonaro, mas – de fato – foram os maiores responsáveis pelo golpe de Estado e por toda a operação fraudulenta que levou ao governo o capitão fascista, por eles sustentado e cuja reeleição irão apoiar, caso fracasse (como se mostra cada vez mais provável) a operação golpista da “terceira via” de eleger um golpista sem apoio popular, que dê continuidade à política do atual governo de ofensiva contra o povo.

Nesse sentido, a Plenária Nacional Fora Bolsonaro-Lula presidente deve cumprir visa fortalecer o pólo combativo, o bloco vermelho, que se opõe à política de frente ampla com a direita golpista, uma política de derrotas e retrocessos para todo o povo trabalhador, para as organizações de luta dos explorados, se opondo à destruição da mobilização da esquerda por parte dos infiltrados da direita no movimento, com apoio de setores da esquerda conciliadora.

Terá como tarefa debater e apontar propostas de reorganização do movimento, se opondo à falta de democracia na qual as bases, os setores que mobilizam os trabalhadores não têm voz nem vez, sendo submetidos a “acordos” com golpistas, como Doria, PSDB, DEM e etc., representantes da burguesia genocida, como herdeiros do Banco Itaú e até fascistas como o MBL, que querem controlar e acabar, de fato, com a mobilização, fazendo dela um trampolim eleitoral para candidatos de confiança da burguesia, sem apoio popular.

Como destaca-se no Manifesto que convoca o encontro, o eixo político da Plenária tem “duas reivindicações fundamentais: ‘Fora Bolsonaro’ e ‘Lula Presidente’. Elas correspondem à luta pelo fim do governo de todos os golpistas e por um governo dos trabalhadores.

Fora do mundo irreal da esquerda parlamentar, solidifica-se a compreensão de que, a menos de um ano das eleições, não há mais espaço para vacilações e capitulação diante das alternativas da direita. O movimento de luta dos trabalhadores e da juventude precisa de uma perspectiva própria, independente da burguesia golpista e de todas as instituições do regime golpista.

Nessa realidade não pode haver dúvidas de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior liderança popular do País, é o único candidato da esquerda que pode derrotar tanto Bolsonaro quanto a “terceira via” neoliberal e ter sua candidatura usada uma ferramenta para a mobilização de milhões de explorados para lutar por seu necessidades diante do agravamento da crise.

Da mesma forma como ocorreu em 2018, com a Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe, em julho daquele ano, que reafirmou a orientação política “É Lula ou Nada!“, amplamente majoritária na base da esquerda (mas repudiadas por muitos setores dirigentes que queriam uma “plano B”), e impulsionou o ato de inscrição da candidatura presidencial de Lula, com 50 mil pessoas em Brasília, a Plenária terá como objetivo alavancar um movimento de luta para levar adiante essa candidatura.

Nossa proposta é que o Encontro, amplamente democrático, no qual serão debatidas as propostas apresentadas, faça um chamado urgente para que todos os partidos e organizações de esquerda, do movimento operário e popular defendam incondicionalmente, desde já, a candidatura de Lula.

Por tudo isso, e diante da necessidade de discutir um programa de luta pelas reivindicações fundamentais dos trabalhadores, da juventude e de todos os explorados diante do aprofundamento da crise, reforço o chamado da direção do PCO e da coordenação dos Comitês de Luta, e de todos os que assinamos o Manifesto, aos nossos leitores para se inscrevam para participar da Plenária Nacional, a participarem do necessário debate sobre  a reorganização de todo o movimento sobre novas bases, que garantam que  ele seja mais democrático e aberto à participação do povo, com  todas as decisões importantes sendo amplamente discutidas.

Venha discutir e aprovar  iniciativas para que a mobilização se amplie, para que mais pessoas participem das manifestações e que mais manifestações aconteçam.

Medidas fundamentais para abrir caminho para uma possibilidade para uma vitória popular contra o regime golpista, para derrubar Bolsonaro e avançar na luta por Lula presidente e por um governo dos trabalhadores.

A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a posição deste diário.

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