A cantora Anita, aquela cujo grande mérito é saber como mexer os glúteos, atacou o governo Bolsonaro e chamou os jovens a tirarem o título de eleitor para votarem na próxima eleição. Imediatamente foi destaque em todos os canais de notícias, em todos os telejornais, com rasgados elogios. Mostraram os glúteos, elogiaram o destaque no spotfy, o fato de que aprendeu outros idiomas, mostraram a mulher acordando e todo tipo de babaquice. Evidente que o destaque espera turbinar o chamado de Anita para que os eleitores jovens estejam aptos a votar nas próximas eleições.
O TSE e a PIG – Partido da Imprensa Golpista – tem dado amplo destaque ao fato de que a votação entre a população jovem sofreu uma queda significativa desde a eleição de 2014, quando somavam 1 milhão e 638 mil eleitores. Em 2018 este eleitorado caiu para 1 milhão e 400 mil eleitores e neste ano são cerca de 900 mil eleitores, quedas significativas que atingiram em cheio uma parcela do eleitorado muito influenciado pela PIG. Quando Bolsonaro foi eleito a PIG manipulou em grande escala os jovens que, sem experiência, compraram a conversa de que Bolsonaro iria acabar com a corrupção e acabar com os “petralhas”.
Esta política bastante desgastada bem como a política “anti corrupção” não conseguem envolver a juventude, nem mobilizar a classe média com o chamado à “mobilização pelo voto”.
O chamado do TSE, do Partido da Imprensa Golpista usando artistas com apelo à juventude é uma demonstração de como a burguesia está de olho nas “contas” sobre o colégio eleitoral e ainda não tem uma definição integral de como fazer para emplacar o candidato da 3ª via. Uma coisa é segura, a juventude não será um eleitorado preferencial para Bolsonaro, dada a desilusão da população com as promessas que o atual governo, claro, não chegou nem perto de cumprir.
Apesar dos problemas para emplacar uma candidatura alternativa à Lula, que não seja Bolsonaro, a burguesia está freneticamente se movimentando para tomar medidas essenciais para enfrentar as próximas eleições. Eles já conseguiram impor a “urna eletrônica infalível”, com o apoio da esquerda. Também definiram uma campanha eleitoral que na prática tem 45 dias, campanha eleitoral mais curta do que na época da ditadura militar.
Agora estão contabilizando o colégio eleitoral e no âmbito das campanhas eleitorais, através das resoluções anti democráticas do TSE, condicionam o tipo de propaganda que os candidatos poderão fazer.
Na realidade definem nos bastidores as linhas gerais e essenciais para emplacar seus candidatos e para os candidatos e partidos que não participam do núcleo duro da burguesia resta ir para o matadouro cumprindo a verdadeira floresta burocrática imposta pelo TSE.
É uma mostra do caráter conservador e burro da esquerda nacional a falta de denúncia desta situação abusiva nas eleições. Somente o PCO, isolado, denuncia esta situação que impede claramente que a população e os partidos ligados ao povo tenham uma votação que correspondam claramente à sua inserção junto aos cidadãos.