No dia 14 de julho de 2022, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional que cria o Estado de Emergência. A medida de iniciativa do governo federal recebeu o aval dos parlamentares da direita e da esquerda, dá para Bolsonaro R$ 41,2 bilhões para que ele possa comprar votos durante o período eleitoral, além de estabelecer o Estado de Emergência, que aumenta os poderes do Executivo Federal.
A compra de votos vai se dar por meio do Auxílio Brasil (R$26 bilhões), que vai sair de R$ 400,00 para R$ 600,00 até dezembro deste ano; voucher-caminhoneiro (R$ 5,4 bilhões) de R$ 1.000,00; Compensação para manutenção da competitividade do etanol sobre a gasolina (R$3,8 bilhões); Transporte Coletivo Gratuito para idosos (R$ 2,5 bilhões); Auxílio-Taxista (R$ 2 bilhões) de R$ 200,00; Vale-Gás (R$ 1,1 bilhão) bimestral que vai sair de R$ 53,00 (mensal) para R$ 120,00 (bimestral); Programa Alimenta Brasil (R$ 500 milhões).
Toda essa distribuição de dinheiro ocorrerá somente durante o período eleitoral. No caso dos combustíveis, o que vai acontecer de fato, será o repasse do governo do dinheiro público para os acionistas internacionais da Petrobrás, pois a política de preços dolarizada continua.
Soma-se a isso, o orçamento secreto, que o governo e os parlamentares podem manejar as emendas parlamentares de relator da maneira que bem entenderem, sem nenhuma transparência, para onde serão destinadas e de quem fez a destinação. As emendas parlamentares por si só, já configuram um processo de compra de voto e de apoio parlamentar, e agora serão feitas por debaixo dos panos.
A esquerda que a todo momento faz uma campanha histérica sobre a possibilidade de Bolsonaro dar um golpe militar e que é preciso fazer de tudo para evitar tal situação, jogou R$ 41,2 bilhões para Bolsonaro comprar sua reeleição e, pior ainda, ampliou seus poderes por meio do Estado de Emergência. Se uma pessoa teme ser golpeada politicamente por outra pessoa, por que diabos a possível vítima do golpe entregaria uma fortuna e apoiaria a elevação do poder do possível golpista? Se o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral são os pilares da democracia, instituições que combatem o possível golpe de Bolsonaro, por que não fizeram absolutamente nada contra a PEC da Compra de Votos e do Estado de Emergência?
A luta contra o golpe de 2016 e contra o possível golpe de Bolsonaro, por parte dessas pessoas, não passa de marketing eleitoral para tentar enganar a população dizendo que há “resistência” contra o regime político golpista. Não podemos, de formar nenhuma, levá-las a sério pela classe operária, devem ser desmascaradas e denunciadas, enquanto barreira de contenção da luta popular e capitulados para o regime golpista.
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