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Roberto França

Militante do Partido da Causa Operária. Professor de Geografia da Unila. Redator e colunista do Diário Causa Operária e membro do Blog Internacionalismo.

Uma Nação de Paz

Othon: “Para a bomba atômica é um passo”

"Com um segredo de Estado como esse, fosse um homem ganancioso, estaria bilionário" (Almirante Othon)

Projeto de centrífugas de enriquecimento de urânio. Na foto, Lula (esq.); Othon (dir.) e Dilma (centro).

O oftalmologista Vito Angelo Duarte Pascaretta encaminhou proposta para a Ideia Legislativa do Senado Federal . “A proposta, apresentada em 13 de outubro de 2020 por meio do Portal e-Cidadania, atingiu em 2 de novembro os 20 mil apoios necessários para transformar-se em sugestão legislativa — até aquela data, a ideia ultrapassa os 27.900 apoios. Caso aprovada pela comissão, a sugestão se tornará um projeto de lei.A ideia legislativa foi apresentada pelo cidadão paranaense Vito Angelo Duarte Pascaretta, sob o argumento de que “As Forças Armadas Brasileiras necessitam da bomba nuclear para dissuadir interferência estrangeira em nosso território nacional”. E complementa: “A Amazônia Brasileira é nossa!”. Na forma da Sugestão 31/2020, a ideia foi encaminhada em 16 de novembro para a apreciação da CDH, onde aguarda designação do relator”. Fonte: Agência Senado

Uma bomba atômica é um instrumento de paz fundamental, além de promover a articulação de diversas cadeias produtivas, desde a extração consciente do Urânio pelo Brasil, até a indústria de informática, passando pelos pneumáticos, automotivos e diversas inovações em engenharia de materiais. Na realidade, o Brasil precisa dar um passo e fazer bombas atômicas e importar mísseis balísticos de Rússia, China e Irã, além de ocupar todos os territórios do Brasil para essa finalidade. O arquipélago de São Pedro e São Paulo deve ter uma base militar, ao invés de base de pesquisa, com submarinos nucleares protegendo a Amazônia Azul.

Precisamos retomar a base de Alcântara (tarefa complexa e muito difícil) e estabelecer uma Zona altamente militarizada para lançamento de foguetes, sob proteção dos lançadores S-500 e mísseis da série Zircon importados da Rússia, até o domínio da tecnologia, já que certamente uma guinada dessas levaria a algumas sanções econômicas. Roraima e Amapá precisam ser bases de manobras e exercícios militares e pontos para lançamento de mísseis na direção dos Estados Unidos.

S-500 Prometheus - Overview
S-500 russo
Zircon

Os parques de mineração de Urânio precisam estar organizados em cadeias produtivas e sob controle da inteligência brasileira, a fim de não sermos expropriados de uma fonte riquíssima de energia. Além de nacionalizar a  Eletronuclear em 100%, precisamos criar estatais que produzem energia mais barata e limpa para a população.

Essa condição faria com que os Estados Unidos recrudescesse no uso de sua maior organização terrorista, a Drug Enforcement Administration (DEA) na Colômbia, seu maior protetorado na região da Amazônia. O DEA supostamente cumpre um papel dos Rotschilds e Companhia das Índias Orientais no tráfico de ópio, conforme já apresentamos neste Diário. A denúncia é do lendário jornalista investigativo, Robert Perry. De acordo com o jornalista, o relatório é da própria CIA. Para tanto, o fortalecimento da fronteira no Estado do Amazonas deverá ser massivo, com utilização de caças e navios modernos.

Depreende-se muitas consequências, inclusive conflitos com os vizinhos como Perú e Paraguai, países rendidos aos Estados Unidos, especialmente o Estado Tampão que faz Fronteira com Paraná e Mato Grosso do Sul, onde há muito tempo o domínio dos Estados Unidos é praticamente completo. Em todo, caso, o Brasil precisaria ter guarnições como a Rússia para proteger de infiltrações e milícias advindas de outros países.

Por que uma bomba? Almirante Othon e Igor Kurchatov explicam

Kurchatov foi o físico responsável pelo desenvolvimento da União Soviética e seu legado científico permanecesse na indústria de defesa da Rússia. Kurchatov disse: “Acredito profundamente e sei firmemente, que nosso povo, nosso governo, só dará ao bem da humanidade as conquistas desta ciência”. A finalidade de Kuchatov era pacífica.

Kurchatov Poststamp.jpg
Selo em homenagem à Kurchatov

Mesmo antes do fim do desenvolvimento militar, ele procurou desenvolver trabalhos sobre o uso pacífico da energia atômica. Por sugestão dele, no final dos anos 40, a pesquisa direta nessa área se desdobrou. Cientistas soviéticos foram encarregados de projetar e construir uma usina nuclear piloto para resolver o problema científico e técnico da construção de grandes usinas nucleares industriais. A supervisão científica do trabalho foi realizada pelo Instituto de Energia Atômica.

Em 1954, Kurchatov liderou o lançamento da primeira usina nuclear do mundo, que abriu a era do uso pacífico da energia atômica. Desde meados dos anos 1950, Kurchatov, juntamente com seu vice para o Instituto, o acadêmico A.P. Alexandrov, liderou o desenvolvimento de um programa para o desenvolvimento da energia atômica em nosso país no Comitê Estadual para o Uso da Energia Atômica, que previa o uso generalizado da energia atômica para energia, transporte e outros fins econômicos nacionais. Descrevendo este programa, Kurchatov escreveu: “Na União Soviética, uma grande construção de energia está sendo realizada. Temos uma variedade de recursos energéticos naturais […]. Os recursos que temos serão suficientes para as próximas décadas, mas em um futuro mais distante, a energia nuclear pode vir a ser aquela fonte quase inesgotável e relativamente barata que fornecerá uma abundância de energia na parte europeia da URSS.”

Por aqui, temos o Almirante Othon, que foi preso em 28 de julho na Operação Radiotividade, uma das fases da Operação Lava Jato. Ontem, dia 8 de fevereiro, o Brasil 247 publicou a matéria feita pelo Jornalista Miguel do Rosário, sob o título “Como a prisão do Almirante Othon serviu aos interesses dos EUA” . A reportagem é bastante substancial em termos da perseguição do imperialismo ao Almirante e não nos deteremos na questão de como foi a perseguição. Contudo, por intermédio de reportagem da Revista Sociedade Militar , Othon Luiz Pinheiro da Silva declarou: “[…] conseguiu enriquecer urânio! Um conhecimento como esse, na nossa Nação – uma nação de paz -, permitiu serem feitos eletronucleares; um conhecimento como esse gera uma bomba atômica, para a bomba atômica é um passo”.

Parte do depoimento do Almirante Othon, à Lava Jato.

É possível desenvolver cadeias de produção do Urânio no Brasil?

Sim, o Brasil faz parte de um seleto grupo de países capazes de enriquecer o Urânio e a tecnologia permite esse desenvolvimento e, embora o país participe do Tratado de não proliferação de armas nucleares (TNP), de 1968, o Brasil é um país grande o suficiente do qual muitos países tem forte dependência em termos econômicos e recursos, sendo possível declarar uma independência do imperialismo, desenvolvendo uma tecnologia mais eficiente para resolver a crise energética e até mesmo dissuadir os inimigos.

Além disso, o Brasil é um dos maiores produtores de urânio do mundo. De acordo com a World Nuclear Association:

“Encontram-se vestígios de urânio em muitos pontos da crosta terrestre. O minério de urânio mais comum e importante é a uraninita, composta por uma mistura de UO2 com U3O8. (O maior depósito do mundo de uraninita situa-se nas minas de Leopldville no Congo, na África). Outros minerais que contém urânio são a euxenita, a carnotita, a branerita, a torbernite, e a coffinita. Os países com maiores reservas de urânio são: Austrália, Cazaquistão, Canadá, Rússia, Namíbia, África do Sul, China, Niger e Brasil, nesta ordem (Fonte: World Nuclear Association).”

Sem contar a eficiência energética, trazendo soberania nesse campo, além de capacitar nossas indústrias sem a dependência de mais multinacionais, constituindo circuitos produtivos e capacitando o país em se defender de ameaças externas como são os Estados Unidos.

Fonte: Biblioteca Seplan

O Brasil adotou como tecnologia de reatores os reatores a água leve pressurizada (PWR), que usam
como combustível urânio enriquecido até 3,5%. O nível de enriquecimento para a aplicação bélica
deve ser maior que 90%. Atualmente o Brasil utiliza apenas 3% de energia nuclear para abastecer indústrias e domicílios, mas a capacidade poderia ser expandida com as reservas de urânio que temos.

Fonte: Galileu

Fundamental aqui são as dimensões para um independência do Brasil e construção do Socialismo, que necessariamente passa por pensar um projeto de tomada de Poder e instrumentos de guerra e energia. Para tanto, o projeto do Almirante Othon, um nacionalista, não necessariamente um socialista, era construir um país soberano, que possa se orgulhar de seu próprio desenvolvimento. Não faz sentido dispor de um elevado nível de recursos e entregar para os países imperialistas, para isso é preciso se defender, e não há melhor defesa que aparato militar de alta tecnologia, desenvolvimento de sistemas informacionais próprios e expulsão de toda maquinaria de espionagem e de softpower como ONGs e think tanks do imperialismo.

Em última instância recorramos a Clausewitz, no livro “Da Guerra” (um livro que toda a esquerda deve ler também): “Na realidade, há duas coisas que podem substituir a impossibilidade de resistir e de fornecer motivos para a paz. Em primeiro lugar é a improbabilidade do êxito e, em seguida, o preço excessivo que é necessário pagar”.

Por ora, enquanto temos o nacionalista Lula, para desenvolver novamente essa indústria fundamental para o país.

Lula Presidente, contra os golpistas, certamente retomará esse projeto, a fim de colocar o Brasil novamente no caminho do desenvolvimento nacional contra o imperialismo. Lula sabe que a soberania energética nuclear anda junto com desenvolvimento de bombas e aparato militar robusto, que estimulará diversos circuitos produtivos e novas parcerias com China e Rússia.

Jair Bolsonaro e sua turba de militares entreguistas, não têm condições de desenvolver tal iniciativa, tampouco a esquerda identitária, que acha que somente com ciranda sairemos de nossa condição de país atrasado.

*A opinião dos colunistas não representam, necessariamente, a posição deste Diário

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