Uma das regiões mais explosivas do planeta (talvez a mais explosiva), o Oriente Médio, vive nesse momento uma situação que se aproxima cada vez mais de um conflito generalizado de consequências imprevisíveis. O imperialismo atua na região para tentar recuperar posições, abaladas ou mesmo perdidas depois de importantes derrotas na Síria, no Iraque, com perda de influência também na Turquia, incluindo, obviamente, a guerra que trava com a República Islâmica do Irã, na tentativa que faz no sentido de aniquilar o regime dos aiatolás.
Além do seu mais fiel aliado na região -o regime sionista criminoso de Israel – o imperialismo mundial, mas principalmente o norte-americano, se vale também da aliança que concertou com os governos árabes da região, em especial os países detentores das maiores jazidas de petróleo do planeta, a maioria deles artificiais, constituídos a partir dos interesses capitalistas que permeiam a luta pelo controle do cobiçado “ouro negro”.
Um dos países mais alinhados à política imperialista na conturbada região é o reino da Arábia Saudita, o regime dos reis e príncipes assentado em valores e costumes medievais, um clã familiar reacionário, servil e obediente aos ditames do grande capital internacional.
Os sauditas, recentemente, se aproximaram diplomaticamente do Estado de Israel, no que foi acompanhado também pelos Emirados Árabes Unidos, outro enclave petrolífero da região do Golfo Pérsico.
As monarquias endinheiradas da região vêm sendo instrumentalizadas pelas potências ocidentais capitalistas para hostilizar e atacar os adversários do imperialismo, particularmente o Irã, mas também a Síria e os grupos armados (Hezbollah, Hamas, etc) que lutam em defesa da causa árabe e pela expulsão dos opressores genocidas.
Isso pode ser constatado nas inúmeras provocações que nesse momento os sauditas dirigem ao Irã quando atacam o seu programa nuclear, obviamente a soldo dos Estados Unidos. As palavras de um funcionário do ministério das Relações Exteriores Saudita não deixam dúvidas quanto ao papel que cumpre a Arábia Saudita na região: “Riad está muito preocupada com o aumento do ritmo das atividades nucleares do Irã e do desenvolvimento de capacidades […] que não são consistentes com propósitos pacíficos” (Sputnik Brasil, 09/07).
Não está em discussão se o programa nuclear iraniano está sendo desenvolvido para fins pacíficos, militares ou civis. Até porque o imperialismo é financiador e provedor de uma das maiores máquinas militares de guerra do mundo, o Estado genocida de Israel, opressor dos povos indefesos da região. O fato é que os interesses geoestratégicos, políticos e militares da Casa Branca no Oriente Médio exige que os iranianos se coloquem de joelhos diante dos norte-americanos e para isso os EUA se valem dos regimes direitistas da região para atacar os que não se curvam aos ditames da potência bélico-econômica da América do Norte.
Não, o Irã não se prostrará, assim como não se curvarão os movimentos de luta que representam o desejo de libertação dos povos árabes. A luta não cessará enquanto o inimigo maior da humanidade – o imperialismo mundial – não for derrotado, pois é essa a aspiração maior de todos os povos oprimidos ao redor do mundo.