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Arthur Cesconetto

Dirigente nacional do Partido da Causa Operária e da Aliança da Juventude Revolucionária. Responsável pela organização dos comitês de juventude em Santa Catarina e estudante da Universidade Federal de Santa Catarina.

A mitologia de classe média

O homem branco de esquerda

Como justificativas reais não existem para mascarar a nova frente destes setores com o imperialismo, os articulistas se veem obrigados a apelar para o imaginário da classe média

putin rússia

A esquerda pequeno-burguesa está passando por uma nova prova fogo. Após participarem junto à burguesia brasileira na grande cruzada virtual contra o “nazista” Monark, agora são obrigados a se justificarem sobre os motivos de serem contra Putin e a Rússia, na guerra contra os nazistas ucranianos e todo o imperialismo mundial. Como justificativas reais não existem para mascarar a nova frente destes setores com o imperialismo, os articulistas se veem obrigados a apelar para o imaginário da classe média, criando monstros e analises morais para tentar mostrar o quão horrível é apoiar Putin na guerra contra o imperialismo.

O mostro da vez é o preferido da esquerda identitária, o “homem branco”, o “macho tóxico”, em sua versão mais criminosa, a de “homem de esquerda”. Não faltam adjetivos para a versão final deste pecado bíblico.

Quem bem sintetizou este novo mostro da mitologia da esquerda pequeno-burguesa foi a colunista da Carta Capital, Esther Solano. Em um texto “poético” e que se confundia entre atacar Putin e se preocupar com a sexualidade de seu filho, a colunista critica todos os “homens de esquerda brancos” que a obrigou a deixar de ler suas “redes estes dias porque vê-los, lê-los, é insuportável”, exclamação!

No texto, que não há muito que se citar além das estranhas analogias como “ter tesão na guerra”, “sentir gozo pela arma”, “goze com um monstro”, a colunista busca criar no homem branco de esquerda o verdadeiro culpado por todos os crimes existentes e imaginários.

O homem não-macho

Como bem aprendemos, a relação entre o “macho e a guerra” é “abominável”, porém, “ainda bem que nem tudo é macho”, como explica Solano. Há aqueles homens que “choram e que sentem vergonha pelos comentários de seus pares”, esses podemos concluir, seria uma outra espécie de homem, o homem não-macho.

O homem não-macho (homo non-masculus) é o homem que chora ao ver a guerra, o homem que sonha que pela paz “acabaremos com o patriarcado”, o homem que sabe “lidar com o masculino”, o homem que, no momento decisivo, ao invés de se juntar ao governo russo para derrotar nazistas e o imperialismo, não abandona o velhinho norte-americano e suas ONGs que pagam suas contas. O homem não-macho, nada mais é que toda a esquerda pequeno-burguesa brasileira que anda a reboque do imperialismo, porém não é macho o suficiente para admitir.

No lugar de se lançar em total apoio a política do imperialismo de forma aberta e clara, a esquerda pequeno-burguesa inventa, como em toda sua política, uma suposta base de sustentação: a defesa da paz

A terceira via que não existe

Essa terceira via da guerra, a não-guerra é a política central do homem não-macho em todo a guerra. De um lado, está o imperialismo, organizando as milícias nazistas, do outro um país oprimido, a Rússia. No entanto, a terceira opção, a não ser no imaginário da esquerda, está muito longe de existir, não passa de uma farsa.

Na luta entre um opressor e um oprimido, aquele que luta “pela paz” e não a favor do oprimido, nada mais está que acobertando a opressão. A mesma esquerda que tanto prega o “cancelamento” contra tudo que que é considerado imoral para seus próprios conceitos, não é capaz de confrontar o imperialismo e as tropas nazistas.

É necessário na realidade lutar, lutar contra o imperialismo, contra a extrema-direita mundial, e para isso é necessário ser “macho”. E ao contrário do que fala Esther Solnaro, é necessário que a esquerda “pense, com um sorriso nos lábios, que os Putins que virão são caras do caralho”.

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