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Roberto França

Militante do Partido da Causa Operária. Professor de Geografia da Unila. Redator e colunista do Diário Causa Operária e membro do Blog Internacionalismo.

Método Carlos Imperial

O “combate ao fascismo” segundo Rovai

Analfabetismo Funcional: Rovai é uma espécie de Carlos Imperial da imprensa "progressista", que vive da incitação da violência e mentiras em períodos de baixa na Revista Fórum.

Renato Rovai, editor da Forum. Divulgação

Os acontecimentos políticos são para eles ocasião de tecer comentários, mas não de agir. Como sectários, os confusionistas e os fazedores de milagres de toda espécie recebem a cada momento chicotadas da realidade, vivem em estado de continua irritação, queixando-se sem cessar, do “regime” e dos “métodos” e entregando-se a intrigazinhas. Em seus próprios meios exercem ordinariamente, um regime de despotismo. A prostração política do sectarismo apenas completa, como sua sombra, a prostração do oportunismo, sem abrir perspectivas revolucionárias. Na política prática, os sectários unem-se a todo instante aos oportunistas, sobretudo aos centristas, para lutar contra o marxismo (TROTSKY, Leon. Contra o sectarismo. In: O Programa de Transição, 1936).

Sérgio Amadeu e Renato Rovai lançaram o livro “Como derrotar o fascismo” na quarta-feira (18).

A fim de promover seu livro, em parceria com Sérgio Amadeu, Rovai utilizou um velho expediente do jornalismo amarelo, o método Carlos Imperial, que de acordo com biografia, utilizava e abusava de “métodos escusos para promover seus artistas e projetos culturais. Inventou histórias, mentiu, armou falsas brigas […]”. De modo semelhante, Renato Rovai tenta promover políticos e “personalidades” para entreter o público da Fórum. O caso mais fragoroso se dá com a promoção de Guilherme Boulos.

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Nessa semana, sem qualquer burburinho sobre esse livro “contra o fascismo”, Rovai movimentou suas redes articulando brigas, e se utilizando de seu falso senso de feminilidade, como “feministo” de ocasião.

Tudo começou quando Rita von Hunty atacou a candidatura Lula para chegar mais rápido à GloboNews. A “radical” Rita von Hunty teria sido atacada por defensores de Lula. Rapidamente o “feministo” e identitário, Renato Rovai, viu uma oportunidade e fez uma entrevista com Rita, que novamente atacou o PT, acusando o partido de ter dado um “autogolpe“.

Juliane Furno, economista, saiu em defesa de Hunty utilizando o identitarismo como método. Juliane Furno escreveu em sua conta no Twitter, de modo mistificador, o conceito de “sectarismo”:

Não passou muito tempo para Rovai se oportunizar:

Renato Rovai, no puro método Carlos Imperial, manteve a intriga com setores da esquerda que denunciam infiltrações e oportunistas, até entrevistar Juliane Furno, terça-feira (17). Aqueles que denunciam a esquerda usada pela CIA, de modo geral, são setores do PT e o PCO.

No minuto 15, da entrevista a seguir, Renato Rovai esperneia num surto “feministo”, num claro oportunismo. Utiliza da testosterona e virulência para defender a quem ele se referia como “Ju”.

Essa falsa defesa demonstrou a fragilidade teórica, jornalística e emocional de Renato Rovai, que expôs a economista e a equipe da Fórum como pessoas que não sabem o que é sectarismo.

Sectarismo é a degeneração de classe por parte de segmentos da esquerda que concentra suas atenções às camadas mais altas da classe operária, alinhando suas próprias aspirações aos objetivos da burguesia. Trata-se portanto, de traição aos trabalhadores e se alinhar ao comando da burguesia. A Fórum, portanto, não é um veículo a serviço dos trabalhadores, mas uma imprensa amarela que serve para desfilar membros da camada superior da sociedade (no caso, os burocratas de esquerda) e atacar os comunistas, que são pessoas que prezam pela defesa da liberdade de expressão. Por definição, por princípios e por programa, o PCO não é sectário. De acordo com Trotsky:

Os sectários só são capazes de distinguir duas cores: o branco e o preto. Para não se expor à tentação, simplificam a realidade. Recusam-se a estabelecer uma diferença entre os campos em luta na Espanha pela razão de que os dois campos têm um caráter burguês. Pensam, pela mesma razão, que é necessário ficar neutro na guerra entre o Japão e a China. Negam a diferença de principio entre a URSS e os países burgueses e se recusam, tendo em vista a política reacionária da burocracia soviética, a defender contra o imperialismo as formas de propriedade criadas pela Revolução de Outubro. Incapazes de encontrar acesso às massas, estão sempre dispostos a acusá-las de serem incapazes de se elevar até as idéias revolucionárias. Uma ponte, sob a forma de reivindicações transitórias, não é absolutamente necessária a esses profetas estéreis, pois não se dispõem, absolutamente, a passar para o outro lado do rio. Não saem do lugar, contentando-se em repetir as mesmas abstrações vazias. Os acontecimentos políticos são para eles ocasião de tecer comentários, mas não de agir (TROTSKY, Leon. Contra o sectarismo. In: O Programa de Transição, 1936).

Para os marxistas, o “método Carlos Imperial” jamais funcionará, pois a História demonstra que o papel dos oportunistas e burocratas sempre foi a conciliação com a burguesia, traindo os trabalhadores, daí a fúria com que Renato Rovai ataca o Partido da Causa Operária (inclusive mentindo).

Vivendo de demagogia e do jornalismo amarelo, o editor da Revista Fórum, um dos idealizadores do Fórum Social Mundial faz um falso contraponto aos interesses do Fórum Econômico Mundial. Em uma comparação, assim como o FSM sempre promoveu péssimos políticos (exceto Lula, egresso do movimento operário), Carlos Imperial promovia péssimos artistas de sua geração.

O ápice da falsificação: o livro de Rovai sobre “como combater o fascismo”

Rovai novamente utilizou o PCO para autopromoção, como alguém que se orgulha de ser um cagueta digital. Nesse sentido, a função de Renato Rovai é meramente a de promover intrigas contra aqueles que apresentam provas concretas da presença da CIA na política brasileira (inclusive na esquerda), e que demonstra o charlatanismo de setores da esquerda.

Sobre o livro , os autores pretendem apresentar um manual de “como derrotar o fascismo”, via internet, uma verdadeira “arapuca midiática” para prender os ingênuos em casa. O livro é um instrumento para prender os insatisfeitos nas redes sociais e não sair mais, ao mesmo tempo que Rovai recebe super-chats no YouTube e propaganda na revista.

Com esse “manual”, Rovai pretende agilizar seu novo “ecossistema midiático”, usufruindo das benesses da renda do YouTube e dos algorítimos estabelecidos como linha demarcatória do próprio imperialismo. A futilização da esquerda com fofocas e quinquilharias digitais atende aos objetivos oportunistas de setores da burocracia estatal e, principalmente, do próprio imperialismo, que por meio de Rovai, visa criar uma pseudo-militância de esquerda. Abaixo, podemos ver um trecho do livro, onde Renato Rovai e seu parceiro pretendem criar um novo “conceito”, de “fascismo digital”.

Nas redes sociais, as palavras de Rovai contrariam o próprio livro. O Carlos Imperial da modernidade destila ataques ao PCO, um partido comunista. A análise sobre a simplificação fica com nossos leitores. A simplificação esquemática é bastante notória:

Para concluir, Renato Rovai simplifica a luta política e resume o “fascismo” a um esquema proposto pelo liberal Umberto Eco, que escreveu generalidades e reduziu o “fascismo” a um mero esquema estético e linguístico, Para Eco, “os hábitos linguísticos são muitas vezes sintomas importantes de sentimentos não expressos”

*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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