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Gabriel Araújo

Dirigente Nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Editor da Tribuna do Movimento e do Boletim do Movimento. Militante do Partido dos Trabalhadores e colunista do Voz Operária-Rio de Janeiro.

Política Nacional

“Mobilização” virtual: um álibi para não fazer nada

É uma campanha e um apologismo ao conformismo, clássica posição de classe, das camadas médias.

Mobilização

Para se contrapor à constatação de que não se está fazendo nada na situação política do País, a esquerda pequeno burguesa inventou um álibi ideológico chamado “mobilização virtual”. Somente pessoas que imaginam que toda a sociedade é tapada, podem tentar defender esse tipo de tese (se assim podemos chamar tal aberração).

Esse tipo de campanha de marketing tem um claro objetivo de atingir a classe média, afinal, existem mais de 50 milhões de pessoas no país que não possuem acesso à internet e as que possuem, em sua maioria, o fazem com enormes dificuldades. E é claro que essas pessoas são os mais esmagadas pelo sistema capitalista.

Essa besteira de ‘mobilização virtual’, que parece em um primeiro momento algo inofensivo e até propositivo para o avanço da luta dos trabalhadores, na realidade, é um verdadeiro entrave para o desenvolvimento da luta nas ruas, pois aqueles elementos que não querem fazer algo de efetivo para o avanço da luta do povo se utilizam do argumento de que se faz “mobilização” virtual e que esta pode substituir a mobilização real, nas rua. Segundo esse argumento, nunca existem condições objetivas para sair as ruas.

Muitos desses elementos vivem fazendo propaganda na internet sobre Paulo Freire, de que os trabalhadores precisam adquirir consciência política para que se constitua um ambiente de condições objetivas para sair as ruas. Porém, esse argumento cai por terra, com a simples constatação científica freiriana, de que é no processo de luta, é no processo de transformação da realidade concreta (e não uma realidade artificial), que ocorre o processo de aprendizagem e, por conseguinte, de elevação do grau de consciência política. Além disso, soma-se o fato de que se grande parte da classe trabalhadora não consegue sequer acessar a internet. Sendo assim, como que vão ser atingidos pelas campanhas publicitárias para que adquiram consciência política?

Outro ângulo pertinente de observar essa questão da conscientização política, é o de que apenas o processo de divulgação de determinadas ideias e de observação dessas determinadas ideias, não modificam em absolutamente nada na realidade concreta. O escravo saber que é escravo não modifica sua condição de explorado. O que modifica a situação política é a ação política. E o que permite a libertação do escravo dessa condição, o que permite que o escravo trace estratégias e táticas de superação dessa condição, o que possibilita a adequação e o aprimoramento dessas estratégias e dessas táticas políticas, é a própria ação do escravo sobre sua realidade e a constante reflexão de seus êxitos, equívocos e erros, durante o seu processo de luta.

A suposta “mobilização” virtual, tem o objetivo claro de atingir a classe média, de prestar contas aos mesmos, de se curvar aos seus pés, de subordinar a atividade política aos seus interesses, de subordinar a direção política ao marketing fajuto. É uma campanha e uma apologia ao conformismo, clássica posição de classe, das camadas médias.

Uma campanha de comunicação e de mobilização, verdadeiramente de esquerda, de luta e voltada para os trabalhadores, deve ser realizadas junto às bases, na porta de fábrica, nos bairros de periferia, nos transportes públicos, onde circulam as massas operárias.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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