João Vitor Dauzaker

Membro da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR). Estudante de Letras na Universidade de São Paulo (USP).

Conselho que é bom?

MBL no ato da esquerda? Não vai dar bom

Não se trata de uma ameaça, mas de um conselho. 

A presença do MBL, que tem como nome formal Movimento Brasil Livre e ‘playboys’ que apoiaram o golpe de Estado no Brasil e a eleição do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro como nome informal, nos próximos atos que reivindicam a derrubada de Bolsonaro não será bem-vinda.

Não é difícil perceber que em todo o movimento Fora Bolsonaro é rejeitada a presença da direita. A proposta foi rejeitada em diversos fóruns em que o assunto foi debatido. Ficou comprovado que a base do movimento não quer o PSDB, o MBL ou qualquer direitista “arrependido” de ter apoiado Bolsonaro nas manifestações. 

Em São Paulo, por exemplo, a tentativa do PSDB em participar da manifestação no dia 3 de julho resultou numa confusão. Militantes e simpatizantes do PCO e PT não aceitaram a presença dos tucanos ali. 

Nada mais natural. A proposta, na base, foi rejeitada, mas setores do movimento que defendem a frente ampla, como o PCdoB e PSOL, tentaram enfiar goela abaixo a presença dessa escória em nosso movimento. A confusão estava, portanto, garantida. 

Isso é insustentável e é incompatível inclusive para a direita. As manifestações são demasiado vermelhas, a sua maioria defende a candidatura de Lula em 2022 e… são contra Bolsonaro de fato. O PSDB, citando como exemplo mais uma vez, nem sequer concorda com o impeachment de Bolsonaro. 

O que esses setores pretendem, na realidade, é formar uma frente com a direita à força, sem aprovação ampla no movimento. A direita, no que lhe concerne, tenta se infiltrar no movimento para derrota-lo. Esse é o sentido da insistência em colocar o MBL nos atos. 

Essa escória são inimigos do povo. O histórico do MBL está intimamente ligado ao golpe de Estado no Brasil. Foram criados em 2014 para servirem como mais uma ferramenta golpista para derrubar o governo de Dilma Rousseff (PT).

Trata-se de uma completa farsa. O MBL hoje está presente, inclusive, nos partidos da base aliada de Bolsonaro no Congresso Nacional. Kim Kataguiri, uma das figuras mais conhecidas do dito movimento é deputado federal do DEM, partido que já definiu ser contra o impeachment do ilegítimo presidente. 

As manifestações ganharam muita adesão, pois o povo já está farto da direita e principalmente de Bolsonaro. O MBL nos atos representará essa direita e os manifestantes não aceitarão isso. 

Meu conselho: não vá.

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