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Eduardo Vasco

Militante do PCO e jornalista. Materiais publicados em dezenas de sites, jornais, rádios e TVs do Brasil e do exterior. Editor e colunista do Diário Causa Operária.

Por um Brasil forte

Lula, siga o exemplo de Putin

O imperialismo, sua imprensa e suas marionetes políticas acusam Putin de ser um ditador. Então que Lula governe como Putin. Que governe como um ditador

Vladimir Putin atua de maneira extremamente corajosa ao enviar as forças armadas russas para a Ucrânia. O presidente russo certamente calculou os riscos e o preço dessa operação militar, cujo resultado negativo para a Rússia é principalmente econômico, com a instauração de sanções pesadíssimas por parte dos principais países capitalistas.

No entanto, caso a operação seja bem-sucedida (e tudo indica que será), Putin terá conseguido o objetivo fundamental da Rússia, que é afastar a OTAN de seu território. Comparado com uma invasão da OTAN, o protótipo de bloqueio econômico imposto à Rússia não é nada.

Putin está fazendo o que todo líder de um país oprimido pelo imperialismo deveria fazer: não se submeter a essa opressão. Ainda mais um país grande, dos mais desenvolvidos dentre os países atrasados. A Rússia é um exemplo para os chamados países do “terceiro mundo”.

Moscou passou os últimos 30 anos vendo os países que antes eram seus aliados serem incorporados, um a um, à OTAN. Bases militares, mísseis, armamento pesado e tropas foram instaladas por todo o leste europeu. A Rússia está cercada e o objetivo do braço militar do imperialismo é, no final das contas, conquistar a Rússia.

Putin teve de aturar por 8 anos uma guerra civil em sua fronteira. Guerra essa provocada precisamente pelo imperialismo, que derrubou o governo ucraniano em 2014 para empossar um regime fantoche apoiado em organizações nazistas, que desencadeou um massacre contra o Donbass, cuja população é em sua maioria russa e que vive na fronteira com a Federação Russa.

O líder do Kremlin procurou todos os grandes mandatários europeus e norte-americanos para negociar uma paz na região. A Rússia tinha basicamente uma reivindicação: o fim da ameaça da OTAN, que estava em processo de incorporação da Ucrânia. Mas deu com a cara na porta todas as vezes, inclusive ainda no começo deste ano. Como disse o próprio Putin, aos russos não restou alternativa se não intervir na Ucrânia para desmantelar sua estrutura militar ─ construída e dominada pelos EUA, principalmente.

A ação russa, sem resposta militar real do imperialismo, revela a fragilidade na qual o regime capitalista se encontra. Ela já havia sido exposta em agosto do ano passado, quando os flagelados do Talibã expulsaram do Afeganistão. Muitos países do mundo podem agora se inspirar nos russos para afastar o perigo militar do imperialismo de suas fronteiras. A China deveria fazer o mesmo que a Rússia e invadir Taiwan, que lhe pertence. A Argentina, o mesmo com as Malvinas. Os países árabes, o mesmo com o Estado artificial de Israel.

O que a ação russa revela sobre o imperialismo?

O Brasil, por sua vez, é um país tão ou mais importante que a Rússia. Também tem um território enorme e é o mais desenvolvido economicamente dos países atrasados. Porém, ao contrário da Rússia, aqui não vigora um regime nacionalista, que zele pela soberania nacional do nosso país.

Infelizmente, o Brasil está mais para uma Ucrânia do que para uma Rússia, atualmente. O golpe de 2016 arrancou qualquer vestígio de soberania nacional e terminou de entregar o país ao imperialismo, especialmente ao norte-americano.

Contudo, Lula é o candidato com maior apoio popular e que pode reverter esse quadro, se eleito novamente presidente do Brasil. E ele tem dado sinais de que fará um governo mais nacionalista do que seus anteriores, inclusive tendendo ao anti-imperialismo.

Não alimentamos ilusões de que Lula seja um revolucionário que trará o socialismo ao Brasil, logicamente. Porém, está perfeitamente ao alcance do ex-metalúrgico e de seu partido a implementação de um governo marcadamente nacionalista, que faça no Brasil o que Putin fez na Rússia, por exemplo.

Isto é, que zele pela indústria nacional, nacionalizando e estatizando os setores estratégicos de nossa economia; que proteja a Amazônia e deixe longe de nosso território qualquer força militar estrangeira (lembrando que o regime fantoche colombiano agora é um aliado da OTAN); que expulse do Brasil os agentes estrangeiros, sejam eles espiões, políticos ou ONGs; que estabeleça laços profundos de cooperação com os países oprimidos, principalmente com os governos que também se colocam em contradição com o imperialismo, como a própria Rússia, a China, Irã, Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Bielorrússia, Síria etc.

Somente os ingênuos podem crer que os Estados Unidos não têm interesse de fazer com o Brasil o que tentam fazer com a Rússia, ou seja, dividir o seu território, desarmá-la militarmente e submetê-la economicamente. Como eu disse, o golpe de 2016 e a submissão histórica do nosso país ao imperialismo já fizeram boa parte desse trabalho. Mas, se preciso, o imperialismo o aprofundará. Por isso o Brasil precisa recuperar sua soberania e tornar o país intocável pelas potências estrangeiras. Por isso a necessidade de reaver o programa nuclear, incluindo aí o desenvolvimento da bomba atômica. Esse poderio é uma das garantias que a Rússia tem de não ser invadida, neste momento.

Assim como Putin está fazendo na Rússia, o Brasil precisa investir pesado na sua indústria, nas suas empresas, no desenvolvimento de tecnologia, na pesquisa científica, na indústria naval e aeronáutica, incluindo espacial. O exemplo russo deve ser seguido.

E Lula tem uma carta a mais em sua manga, que nem mesmo Putin tem. O apoio dos trabalhadores é tão radical que pode facilitar atitudes não tomadas pelo líder russo, como o confisco de uma boa parte da própria burguesia ─ até porque, ao contrário da burguesia russa, a brasileira, em sua maioria, se mostrou um apêndice dos interesses imperialistas contra o Brasil, o que foi expresso nitidamente pelo apoio de quase toda a burguesia nacional ao golpe imperialista de 2016.

Eliminar a quinta coluna do imperialismo no Brasil é vital para conseguir esses objetivos. E ela está no controle de alguns dos principais setores da economia, no Congresso Nacional, no Judiciário, no Ministério Público, em ONGs e nas forças de repressão ─ nesta última, um bom exemplo também é a Venezuela de Hugo Chávez, que depurou as forças armadas de seus elementos vende-pátria após o golpe fracassado de 2002.

A Rússia não tinha saída. Ou rompia com o imperialismo, ou seria esmagada por ele. Isso vale para o Brasil. É preciso romper com o imperialismo.

O imperialismo, sua imprensa e suas marionetes políticas acusam Putin de ser um ditador. Então que Lula governe como Putin. Que governe como um ditador. É o que o Brasil mais necessita neste momento.

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