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Imperialismo

Exclusão da Parler revela novamente a farsa da livre-concorrência

Exclusão da rede social mostra como funciona o capitalismo monopolista: empresas que dominam os mercados decidem quem pode ou não existir à revelia de qualquer liberdade

Na última semana, após os protestos no Capitólio, prédio do Congresso dos EUA, a burguesia lançou uma ofensiva para reprimir aqueles que organizaram e participaram do protesto contra a fraude eleitoral que elegeu Joe Biden. Acusada de servir para a organização de setores da extrema direita, trumpistas que invadiram o Congresso, a rede social Parler foi retirada das lojas de aplicativos da Google e da Apple, bem como dos servidores da Amazon, ou seja, literalmente excluída da internet. O episódio mostra que na era do capitalismo monopolista, o imperialismo, não existe livre-concorrência.

O fundador da Parler, John Matze, denunciou as empresas Google, Apple e Amazon, que formam o monopólio das gigantes da tecnologia, de estarem em “guerra contra a liberdade de expressão”. O “cancelamento” da rede social conhecida como “twitter da extrema direita” se soma ao aumento da censura – que envolveu a expulsão do próprio presidente dos EUA, Donald Trump, do facebook e do twitter.

Na última sexta (8), o Google removeu a Parler da sua loja de aplicativos. No dia seguinte, sábado (9), Apple e Amazon também. A desculpa é que a Parler “não teria tomado medidas para evitar a disseminação de postagens de apoiadores de Trump”, ou seja, não teria censurado todas essas pessoas.

Mas não para por aí, as gigantes da tecnologia ainda colocaram a censura como requisito para que o aplicativo da rede social voltasse a poder ser baixado. O Google disse que a Parler precisa apresentar um mecanismo de “moderação”, ou seja, de censura, “robusto”. Já a Apple, deu 24h para que a rede social apresentasse um plano detalhado de censura contra trumpistas e que a suspensão se dará até que “eles resolvam esses problemas”.

“Mas a Parler é de direita”

Um dos argumentos que serviu para setores de esquerda apoiarem a censura contra a Parler foi o fato da plataforma ser considerada uma rede social da extrema direita. Isto porque Trump fez propaganda ativa da rede social, que tem apoiadores muito ativos e que a teriam utilizado para organizar a invasão do Capitólio dos EUA.

No entanto, é preciso ter clareza que isso em nada muda o fato da censura ser reacionária, portanto, contra o povo. É preciso ter claro que essas gigantes da tecnologia tem profunda relação com o Estado imperialista dos EUA. Como o próprio Snowden denunciou, elas serviram para coletar e repassar um volume gigantesco de dados das pessoas para os órgãos de inteligência norte-americanos, como CIA e NSA, ou seja, é em grande parte através dessas empresas que funciona o serviço de espionagem massivo, denunciado pelo ex-funcionário da NSA.

Neste sentido, não importa contra quem se dirija a censura. Censura é uma medida arbitrária do Estado burguês, ou seja, dos capitalistas, contra outrem. Ainda que neste caso específico seja contra Trump e a extrema direita, isto gera um precedente para atacar a todos, como fica claro no caso da censura a veículos de comunicação de outros países, como citado acima.

Outro ponto é que a censura, veio de empresas concorrentes da Parler, que sob a desculpa da “incitação à violência”, decidiram se ela pode ou não existir. Isso significa que o poder do Google, da Apple e da Amazon, chegou ao nível de decidir qual empresa ou aplicativo ou rede social pode existir ou não. Isto porque a Google e a Apple excluíram a Parler das suas lojas de aplicativo para celulares, enquanto que a Amazon removeu a Parler dos seus servidores e garantiu que todos os demais servidores que tem alguma relação com a empresa não hospedem a rede social.

Combate às “fake news”?

A Parler ganhou popularidade justamente pelo fato de empresas como o Facebook e o Twitter adotarem uma série de mudanças e regras para combate as “fake news” (notícias falsas), e ao “discurso de ódio”. Ou seja, após as redes sociais mais abrangentes adotarem a censura, a Parler ganhou adesão, principalmente de setores da extrema direita, que estavam sistematicamente sendo censurados nas demais redes sociais, o que era parte de uma medida do imperialismo para combater a influência de Trump e da extrema direita nas internet.

A extrema direita norte-americana cresceu nas redes sociais além do controle do monopólio de comunicação tradicional dos jornais, rádio e tv, como o The New York Times e passou a desequilibrar o regime imperialista, abrindo uma crise cada vez maior. Foi assim que Trump conseguiu se reeleger em 2016 contra a candidata principal do imperialismo, Hillary Clinton (Partido Democrata) e em meio a um 2020 de pandemia e de disputa presidencial nos EUA, tinha suas contas no twitter e facebook como principais canais de comunicação com seus eleitores e apoiadores.

O grande monopólio da mentira

Apesar de toda a cobertura ideológica à censura, a exclusão da Parler por parte das gigantes da tecnologia, oculta o fato destas empresas serem as maiores criadoras e propagadoras de notícias falsas e mentiras das mais diversas contra toda a população mundial. A Google, por exemplo, apoiou Joe Biden para presidente dos EUA. Ou seja, ela tinha interesse direto na censura contra Trump e seus apoiadores.

Nesta terça (12), a Press TV, televisão estatal iraniana, teve sua conta removida pelo Facebook sem qualquer explicação ou aviso. O que se soma com canais de imprensa russos, como o Sputinnik e RT, cubanos, venezuelanos, como a Telesur, norte-coreanos e mesmo brasileiros, como ocorreu com o Brasil 247 e a Ponte Jornalismo.

Desta forma, ter uma conta numa rede social ou ter uma rede social não são mais direitos, mas sim privilégios dos monopólios da comunicação e da tecnologia, que utilizam seu poder para uma campanha de grandes proporções contra a liberdade de expressão.

Ou seja, os grandes monopólios da tecnologia se juntaram para impedir a criação de uma rede social independente. Algumas pessoas utilizaram o fato da Parler ser uma rede social de elementos da extrema direita para se colocar a favor da censura e da sua exclusão. O fato é que se não há direitos para a extrema direita falar o que pensa (liberdade de expressão) e organizar atos e protestos (liberdade de manifestação e organização política), para quem haverá? Essa ataque é um precedente para a cassação massiva dos direitos políticos de toda a população norte-americana e consequentemente, mundial.

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