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Ascânio Rubi

Ascânio Rubi é um trabalhador autodidata, que gosta de ler e de pensar. Os amigos me dizem que sou fisicamente parecido com certo “velho barbudo” de quem tomo emprestada a foto ao lado.

Daniel Silveira

Democracia ameaçada ou STF desmoralizado?

Por baixo da capa preta e por trás do linguajar pernóstico que ninguém entende, existem pessoas comprometidas com os interesses da burguesia

Na imprensa, tanto a da burguesia como a de esquerda, jornalistas esgrimem argumentos para defender o STF e as urnas eletrônicas, vistos como os esteios de uma democracia que agora estaria ameaçada de golpe. Desse ponto de vista, a deposição de Dilma Rousseff e a farsa da Lava Jato, que culminou na prisão de Lula, parecem coisa normal.

Que peculiar democracia será a nossa, em que golpe travestido de “impeachment” e politicagem disfarçada de noticiário não constituem ameaças? Passou da hora de deixar bem claro que tanto Bolsonaro quanto o PSDB de Doria, Aécio, FHC e companhia estão a serviço de uma burguesia golpista e entreguista, totalmente desvinculada do povo e das questões sociais.

A democracia foi seriamente abalada no golpe de 2016, que se deu com a legitimação do STF e a propaganda incansável da imprensa da burguesia. Não nos esqueçamos de que foi graças a um hacker que vieram a público os bastidores da operação Lava Jato, fato fortuito que deu um impulso importante à derrocada da farsa jurídica.

O grande legado de Sergio Moro, o farsante que tem a cara de pau de se candidatar nas eleições, é a desmoralização do Judiciário. A revelação das conversas dos integrantes da Corte, nas quais Lula era chamado de “nove” ou “nove dedos” e outros termos desrespeitosos, mostrou que, nos bastidores, essa turma não difere tanto assim do malfadado Daniel Silveira, contumaz boca-suja da República.

Os ministros do STF, que deram aval jurídico à farsa e que não poucas vezes têm condenado pessoas pobres por pseudocrimes, como o furto de um bombom ou de um frasco de xampu, mostram que, por baixo da capa preta e por trás do linguajar pernóstico que ninguém entende, existem pessoas comprometidas com os interesses da burguesia, classe à qual pertencem.

Com o aval do STF, Lula foi preso, injustamente, para que não concorresse à presidência da República e, dessa forma, abrisse espaço para a vitória de um candidato da burguesia. O “companheiro Alckmin”, então do PSDB, conseguiu a preferência de minguados 4% do eleitorado. Quem venceu foi Bolsonaro.

Bolsonaro venceu com o apoio estridente de um João Doria e outros da mesma laia e com o apoio velado da imprensa, que considerava estar o eleitorado diante de uma “escolha difícil” entre Haddad, do PT, e Bolsonaro, que homenageou um torturador da ditadura militar quando deu seu voto pelo “impeachment” de Dilma.

Não nos enganemos. O STF, com sua atuação política, desmoralizou-se. A ofensa em termos grosseiros, que até outro dia era proferida com naturalidade contra Dilma Rousseff, Lula e o PT, chegou aos togados do STF, gente que usa linguagem pernóstica e cifrada justamente para se distanciar do povo.

Quem não se lembra de um Luciano Huck na abertura da Copa do Mundo organizando o coro da burguesia para xingar a presidenta da República? Como se vê, até a terceira via tem seus dias de Daniel Silveira, mas, sendo contra o PT, quem se importa com decoro?

O problema é usar o baixo calão para se dirigir a certas autoridades, não a todas. Por que o STF estaria imune à esculhambação na internet? Simples: é que o senhor Xandão e seus colegas têm o poder de, democraticamente, mandar prender quem eles quiserem, fazendo contorcionismo jurídico com seu peculiar palavrório para justificar o que quer que seja.

Não nos esqueçamos de que a burguesia é capaz de tudo. Lula passou 580 dias preso porque ele é um homem do povo, que seria eleito pelo povo. Um certo Reinaldo Azevedo, conhecida pena de aluguel da imprensa burguesa, criou até uma palavra para enxovalhar os petistas, a todos chamando de ladrões com seu trocadilho infame.

Faz tempo que o achincalhe está correndo solto. Não admira que chegasse aos ministros do STF, que se comportam como políticos e, desde a Lava Jato, disputam os holofotes da imprensa.

Que a imprensa burguesa, indignada, saia em defesa do STF, o “sustentáculo da democracia”, dá pra entender, mas a imprensa de esquerda tem o dever de ser crítica. O boca de latrina Daniel Silveira é consequência de um processo de desmoralização que o próprio STF desencadeou com sua mal disfarçada atuação político-partidária.

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