Maradona, o grande jogador argentino morreu nesta semana, como um representante de um esporte de massa que ele é, a sua morte causou grande comoção. Poderíamos, naturalmente, homenageá-lo lembrando dos seus feitos como jogador. Porém, a esquerda classe média, bem pensante, orientada pela ideologia imperialista, não perdeu a oportunidade para aproveitar de atacar Pelé e o futebol brasileiro.
A campanha contra o jogador brasileiro renova-se com novos ataques, comentários nas redes sociais diziam que Pelé seria um fascista, capitão do mato, escravocrata e mais inúmeros outros argumentos sem fundamento nenhum.
Contudo, o que me chama a atenção é que esse mesmo setor da esquerda pequeno-burguesa que levanta as mais diversas justificativas para atacar Pelé, ignora totalmente os mais nefastos motivos para apoiar algum político imperialista como o Democrata Joe Biden.
Biden, o genocida defensável
Chefe do imperialismo mundial, um reconhecido genocida, responsável direto por milhares de mortes em dezenas de países, foi facilmente defendido pela esquerda pequeno-burguesa como sendo um “mal menor” em relação a Trump. Nem mesmo boa parte das feministas levaram em consideração as oito acusações de estupro que existem contra o “democrata”. Todos esses acontecimentos foram simplesmente ignorados, evidenciando o quanto a esquerda não tem uma política própria, de princípios e independente, mas age orientada pelo imperialismo, que orientou sua política para a eleição de Biden.
Atacar o futebol é antipopular
A morte de Maradona mobilizou milhares de trabalhadores amantes do futebol na Casa Rosada, sede do governo da Argentina, a grande mobilização para acompanhar o velório do ex-jogador mostra o quanto o esporte é um interesse das massas, que é o esporte do povo, assim sendo tem uma importância econômica, cultural e social em praticamente todos os países do mundo, principalmente naqueles onde a classe operária é maior e mais organizada. Por essa razão há um forte interesse da burguesia para dominar os times, os jogadores, tudo mais que envolve o futebol.
O Partido da Causa Operária sempre defendeu e destacou a importância do futebol e os interesses políticos sobre este esporte, principalmente em relação ao futebol brasileiro que é o melhor do mundo e os seus jogadores.
Até pouco antes da morte do craque argentino, a esquerda pequeno-burguesa atacava ferozmente essa posição do PCO, o engraçado é que após a morte do argentino, muitos saíram em defesa de Maradona e do futebol, chegando inclusive a assumirem abertamente o papel político do esporte e como ele é importante para os trabalhadores.
Mas por que defender o futebol argentino e Maradona e não o futebol brasileiro? A esquerda mais uma vez está orientada pelo imperialismo, que faz a propaganda incessante contra os jogadores brasileiros, o que não ocorre no caso dos argentinos. Mais ainda, o imperialismo promove o futebol argentino, criando uma oposição com os brasileiros, como instrumento dessa propaganda. Por isso essa exaltação do futebol argentino e o ataque ao futebol brasileiro por parte da esquerda, que se coloca na prática ao lado do imperialismo.
Atacar o Pelé não é racismo?
Algo também que chama muito a minha atenção em relação aos ataques contra Pelé e outros jogadores negros brasileiros, como Neymar. É que em plena alta do movimento identitário, quando muitos dizem que se deve defender o negro só por ser negro e que o contrário disso seria racismo, ninguém desse setor apresenta qualquer defesa em relação aos jogadores negros brasileiros, pelo contrário, se dedicam a procurar e ressaltar tudo o que consideram defeitos desses jogadores e acabam fazendo coro com quem os ataca. No caso do futebol, a “defesa incondicional” do negro apenas por ser negro não é levada adiante pelos identitários.
Muito diferente foi a atitude desses movimentos identitários em relação à vice de Biden. Kamala Harris, apesar de ser representante do imperialismo genocida, responsável pela prisão de milhares de negros, latinos e pobres nos EUA quando foi procuradora na Califórnia, tem todo o apreço da esquerda influenciada por essa política identitária apenas por ser negra e mulher. Aqui, os defeitos não contam, e eles são mais graves do que qualquer coisa que se possa falar de Pelé, Neymar ou qualquer outro jogador.
Todavia Pelé, um negro de origem humilde, que revolucionou o futebol mundial e foi o exemplo para tantos outros jovens negros, pobres, em nenhum momento, em hipótese alguma, recebe a menor defesa desses setores.
Outra prova de que o identitarismo, os ataques contra os nossos jogadores, contra o nosso futebol, vem daqueles que odeiam o Brasil, odeiam o povo negro e o futebol popular.