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Eduardo Vasco

Militante do PCO e jornalista. Materiais publicados em dezenas de sites, jornais, rádios e TVs do Brasil e do exterior. Editor e colunista do Diário Causa Operária.

Que burro, dá zero pra ele

DCM: sensacionalismo e “fake news” a serviço de quem?

Mais um portal "progressista" que se revela como um veículo burguês e desonesto

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Um dos primeiros veículos a repercutir minha coluna “Lula tem que governar como um ditador sanguinário”, antes da indústria de propaganda da burguesia (como Jovem Pan e Gazeta do Povo), foi o DCM.

Kiko Nogueira exibiu o print de meu artigo em uma live na segunda-feira passada. Criticou, disse que tratava-se de uma matéria “caça-clique” ─ Pedro Zambarda nos acusou de disseminar “fake news” ─ e ainda advertiu o PT para que se afaste do PCO. Essa advertência é a mesma que vêm fazendo há alguns meses os setores frente-amplistas, que buscam tornar a candidatura Lula a mais fraca possível, moderada, água com açúcar, tirando-a das ruas e levando-a para acordos espúrios com os caciques da direita “democrática”. Em resumo, aqueles setores que atuam para sabotar a candidatura Lula e torná-la uma presa fácil para a burguesia rifá-lo da disputa eleitoral.

Um dos principais defensores dessa política de colaboração com a burguesia e notório caluniador do PCO é o blogueiro e pseudojornalista Renato Rovai. E, segundo Kiko Nogueira, foi justamente Rovai ─ seu “grande amigo”, como disse ─ quem enviou minha coluna para ele criticá-la ao vivo.

O editor da Fórum ficou conhecido por suas dificuldades cognitivas ao atacar meu artigo “Obrigado, Trump” no início deste ano. Rovai foi incapaz de compreender a ironia do título. Chegou a garantir, com todas as letras: “Não é ironia. Acreditem, não é ironia.” Agora ganhou uma companhia no canto da sala de aula para dividir o chapéu de burro.

Se aquele havia sido o sinal para a posterior campanha de mentiras de Rovai contra o PCO ─ nos acusando sem qualquer indício de “roubar celular” e de sermos “vândalos” e “vagabundos” ─, Kiko Nogueira fez o oposto. Primeiro, inventou que “o PCO o ameaçou de morte”, exibindo como “prova” um vídeo do militante do PT (não do PCO), André Constantine, avisando à esquerda quinta-coluna (dentro dela, Kiko Nogueira), que quando os trabalhadores fizerem a revolução eles também se libertarão da política colaboracionista da frente ampla. Depois, Kiko indicou que, tal como Rovai, utilizará seu veículo de comunicação para propagar uma campanha caluniosa contra o PCO (fazendo “revelações” contra o Partido).

Jornalismo nazista e vulgar

Kiko e Rovai demonstram que estudaram na mesma escola de jornalismo. A escola nazista de jornalismo, idealizada e coordenada por Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler. O jornalismo e a propaganda nazistas baseavam-se fundamentalmente na mentira e nas “meias-verdades” (quando não inventavam uma história, ao menos a “aumentavam” para atingir seus objetivos).

Os jornais nazistas diziam-se defensores da nação alemã, do “todo”. Mas, ao mesmo tempo, excluíam os judeus e os comunistas como párias, como não cidadãos, como não alemães. Com esse truque, atuavam com total parcialidade fingindo-se imparciais ─ pois não defendiam uma classe, e sim uma nação, o “todo”.

Por sua vez, o PCO está para a Fórum e o DCM como os judeus estavam para os jornais nazistas. Os dois portais tomaram o PCO por seu grande inimigo e para atacar o PCO fazem uso de mentiras e calúnias constantes.

Kiko Nogueira utilizou a mentira da “ameaça de morte” do PCO a ele como pretexto para expulsar Rui Costa Pimenta de seu canal. O verdadeiro motivo, como todo o mundo sabe, são as reportagens publicadas pelo Diário Causa Operária, que demonstram as ligações de Guilherme Boulos com o golpe de 2016 e o imperialismo. Kiko Nogueira já havia dado chiliques ao vivo contra o PCO por causa dessas denúncias, buscando ridicularizá-las e protegendo Boulos até mesmo em entrevista que o público insistia nos questionamentos.

Mas Kiko e o DCM não pararam por aí em sua produção de “fake news”. A live onde atacaram minha coluna foi responsável por uma das bizarrices mais grotescas que já vi na imprensa. O DCM deixou qualquer programa do tipo “Casos de Família” no chinelo quando Kiko Nogueira e Pedro Zambarda passaram horas com a suposta “viúva” do responsável pelo perfil Coronel Siqueira no Twitter, que, segundo o DCM, havia morrido. Por meio do repórter Fabrício Rinaldi, o DCM publicou o que teria sido um furo de reportagem, “noticiando” a morte do dono do perfil Coronel Siqueira. No entanto, o perfil continuou ativo e desmentiu a morte de seu dono. O DCM, então, inventou que seriam muitas pessoas que tinham acesso ao perfil. Quando entrei na live, vi Rinaldi gritando, xingando e fazendo ameaças, de maneira histérica, e pensei que fosse um parente do dono do perfil Coronel Siqueira, por sua indignação. Uma postura lamentável.

A Carta Capital, onde Coronel Siqueira tem uma coluna, entrou em contato por e-mail com o dono do perfil e também desmentiu a “fake news” do DCM. Kiko Nogueira e o DCM, por sua vez, acusaram a Carta Capital de mentir. O responsável pelo Coronel Siqueira foi desafiado a apresentar provas de que ele era mesmo o responsável pelo Coronel Siqueira. Aqui, o DCM provou novamente seu direitismo e copiou a Operação Lava Jato, que acusava sem provas e o acusado era quem deveria provar que era inocente. Finalmente, mesmo não precisando, o verdadeiro Coronel Siqueira provou, de uma vez por todas, que o DCM havia mentido, ao realizar um Espaço no Twitter para mais de 5,5 mil pessoas, com a presença de jornalistas até mesmo da imprensa burguesa, de jornalistas progressistas como Leonardo Attuch (que tomou a palavra e reconheceu a veracidade das provas do dono do perfil) e de personalidades como José de Abreu e Gregório Duvivier.

Coronel Siqueira denunciou as mentiras do DCM e afirmou que o portal produz “sensacionalismo barato que pensei que não tinha na esquerda”. “Se é que podemos assumir que o DCM é de esquerda”, completou.

Concordo. Acho que, se o DCM continuar nesse giro à direita, tornar-se-á cada vez mais forçado considerá-lo um portal de esquerda. Se bem que sempre foi, dos portais ditos progressistas, o mais direitista. O DCM reproduz diariamente materiais do Globo, do Estadão, da Folha e de outros veículos da direita, abriu mão de figuras da esquerda e do bom jornalismo como Rui Costa Pimenta e Joaquim de Carvalho e as matérias próprias são, em sua maioria, sensacionalistas, fofocas, picuinhas e ─ agora está provado ─ “fake news”. Kiko Nogueira e Pedro Zambarda não têm qualquer credibilidade para acusar ninguém de ser sensacionalista ou de difundir “fake news”. O DCM é a vergonha do jornalismo progressista, vendeu-se sabe-se lá para quem e para que e faz tudo (inclusive mentir descaradamente) para ganhar acessos (ou seja, dinheiro). Qualquer jornalista que preze pela profissão, qualquer jornalista sério e de esquerda, deveria repudiar veementemente o “jornalismo” produzido por esse portal sensacionalista e direitista.

O jornalismo burguês e desonesto do DCM

Tal como disse em um outro artigo, o conceito de defesa do interesse público contra as possíveis arbitrariedades do Estado por parte da imprensa foi forjado na época revolucionária da burguesia. Ou seja, o conceito atual de jornalismo é um conceito iluminista. Mas como o iluminismo é coisa do passado, foi ultrapassado pelo domínio da burguesia sobre o Estado e o seu uso para a opressão dos trabalhadores e a monopolização de um grupo de corporações de toda a política e a economia, esse conceito está totalmente defasado.

Todos os veículos jornalísticos têm dono. Os grandes veículos pertencem a grandes capitalistas. Alguns pertencem ao Estado (que também tem dono). Os pequenos pertencem a pequenos capitalistas. Poucos, muito poucos, pertencem a organizações populares. Todos, porém, sem uma única exceção, não representam o interesse do “todo”, de toda a sociedade, mas sim de uma parcela dela. Os grandes veículos representam os interesses dos grandes capitalistas, a quem pertencem; os pequenos representam os interesses dos pequenos capitalistas, a quem pertencem ─ mas também os dos grandes capitalistas, dos quais os pequenos são dependentes e submetidos; os que pertencem a organizações populares representam os interesses de setores da população pobre e oprimida.

Os veículos de esquerda não fogem dessa regra. Não representam os interesses de toda a esquerda, mas apenas de uma parte dela ─ os veículos de tipo pequeno capitalista representam os interesses dos pequenos capitalistas liberais, mas também, indiretamente, dos grandes capitalistas. Sua diferença para os veículos partidários (como os jornais dos partidos comunistas ou socialistas) é que estes últimos assumem-se parciais, ou seja, que representam uma parcela da sociedade (os trabalhadores) e uma parcela da esquerda (a esquerda operária) e não toda a esquerda.

Só assumindo-se parciais é que os veículos de comunicação serão minimamente honestos. Porque os que se passam por imparciais (mesmo os de esquerda que dizem ser plurais dentro da esquerda) na verdade são parciais e estão enganando o seu público ao se passarem por imparciais. São desonestos.

Fórum e DCM deveriam dizer com todas as letras a quem estão servindo. Se defendem Guilherme Boulos contra o PCO ─ e defendem Boulos do PCO porque Boulos representa a frente ampla de colaboração com o golpe, enquanto o PCO representa a luta pela candidatura de Lula contra o golpe ─ então deveriam ser muito claros: estão a serviço de Guilherme Boulos e do PSOL e, no fundo, a serviço da frente ampla e do golpe. Mas não dizem, enrolam o seu público, o enganam, fingindo que são de esquerda mas não concordam com as “loucuras” do PCO.

Por essas e outras que não há como esconder que, por trás do jornalismo “imparcial”, “plural”, “objetivo”, estão interesses escusos que não podem aparecer publicamente porque isso faria com que o público soubesse de que lado realmente esses veículos estão. O lado que não é o do povo oprimido, o lado que não é o dos trabalhadores.

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