Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Vinícius Rodrigues

Militante do Partido da Causa Operária no Rio de Janeiro e membro da Direção Nacional da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Seria Putin o novo Stalin?

Como a guerra na Ucrânia explica o stalinismo

A ação militar russa na Ucrânia se assemelha ao avanço do Exército Vermelho durante a segunda guerra mundial, a partir daí pode se traçar as semelhanças de Putin e Stalin

Vladimir Putin é o Josef Stalin da Rússia atual e, ao mesmo tempo, também é o Czar Vladimir II (o primeiro foi o próprio Lenin), pelo menos de acordo com a imprensa imperialista. As campanhas contra o presidente russo, que cresceram exponencialmente com ação militar na Ucrânia, são tantas e tão diversas que se contradizem, e todas elas se embasam nos argumentos mais fracos e farsescos possíveis. Não há relação nenhuma entre o governo atual de Putin na Rússia com o de Stalin na URSS além do fato de que ambos trabalham no Kremlim em Moscou. Contudo há uma correlação muito interessante entre os últimos anos de Stalin e o atual momento da Rússia, em que ela bate de frente contra a presença do imperialismo em uma de suas principais fronteiras, a Ucrânia.

Explicando rapidamente a diferença da URSS stalinista e a Rússia moderna, a primeira era um país gigantesco fruto de uma revolução socialista, um Estado Operário controlado pela burocracia reacionária que teve como a principal figura por quase 30 anos Stalin. A Rússia moderna é muito mais fraca, perdeu diversos territórios com a queda da URSS e passou por um processo de destruição neoliberal tão gigantesco que a sua população diminuiu, milhares de fábricas foram privatizadas e fechadas e a OTAN tomou grande parte do que era a antiga URSS e seus aliados que a protegiam.

Putin governa uma país muito mais enfraquecido que Stalin, que é foco de um duro ataque do imperialismo, o que impõe a necessidade de se defender. Por isso, agora que o governo Biden se mostrou em uma crise gigantesca, o presidente russo decidiu tomar uma ação na Ucrânia, para expulsar a presença da OTAN, de forma a aumentar as defesas do país. Mas ao fazer isso ele acidentalmente criou uma situação semelhante à da segunda guerra mundial, isto é, tropas russas expulsando uma força imperialista de nazistas do que antes era um território da URSS.

Esse é o ponto em que é possível compreender o último período do governo Stalin (1945-1953). Putin resolveu não abaixar a cabeça, bateu de frente com o imperialismo, tomou a dianteira, atacou a Ucrânia dominada pela OTAN com suas forças armadas e assim se tornou um herói internacional dos povos oprimidos. Todos querem a derrota militar do imperialismo, a posição a favor da Rússia, que a imprensa tenta represar, se torna cada vez mais popular mundialmente, até mesmo dentre os trabalhadores da Europa e dos EUA.

Agora comparemos o que foi a ação de Putin, expulsar o imperialismo de um país pobre da Europa na fronteira da Rússia como o que fez a URSS no final da segunda guerra mundial, derrotar o imperialismo alemão e tomar tudo que ele havia dominado ao leste incluindo a própria capital, Berlim. A sensação de vitória da classe operária, que sentimos atualmente com Putin, em 1945 era milhares de vezes maior. Putin desnazifica a Ucrânia, a URSS estava desnazificando toda a Europa, esmagando o nazismo mundialmente, derrotando o país mais poderoso do continente.

Ao contrário do caso atual, quem dirigia o país, Stalin e a burocracia, não foram os responsáveis por essa vitória, a sua política desastrosa, se aliando com os nazistas antes da guerra, assassinado seus melhores generais, dentre outros fatores, na realidade quase levou a derrota da URSS. Contudo ao fim da guerra eles souberam se aproveitar e tomar os louros para si, com o apoio do imperialismo “democrático” que se aliou a Stalin contra a verdadeira responsável pela vitória, a classe operária soviética e europeia que realizou um levante revolucionário contra o nazismo.

Assim, de 1945 até a sua morte, Stalin aparecia como um gigantesco herói internacional, como aparece Putin neste momento, mas elevado à décima potência. E até hoje os stalinistas se utilizam desse período como alicerce para defender a sua política contra-revolucionária (por exemplo defender a Ucrânia nazista em invés de apoiar Putin). É desta forma que invasão da Ucrânia ajuda os que não viveram os anos de 1940 e 1950 a compreender o stalinismo, compreender o sentimento político que foi uma de suas principais bases de apoio durante 4 décadas.

O imperialismo, a maior força de opressão da história da humanidade, uma verdadeira ditadura mundial é a poder mais impopular do planeta. E por isso todos aqueles que lutam, ou aparentam lutar contra ele se tornam populares. Stalin foi um deles, mas os que de fato derrotaram o imperialismo, e não só tomaram os louros da vitória, estão entre as figuras mais populares do planeta até hoje: Vladimir Lenin, Leon Trótski, Mao Tse Tung, Fidel Castro e Che Guevara.

 
 

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.