Fiz um breve levantamento para o Jornal Causa Operária sobre o efetivo repressivo do Brasil, considerando as mais variadas polícias. No total, cheguei a mais de duas milhões de pessoas que trabalham na repressão, seja no Estado seja no setor privado.
A esquerda pequeno-burguesa não faz a denúncia elementar, que os órgãos repressivos são controlados pelos patrões, pelos ricos, pela burguesia. Esse gigantesco aparato repressivo atua como máquina de guerra contra a população, especialmente os pobres e negros.
A composição da máquina de guerra que existe contra o povo é aproximada porque existem os serviços acessórios, como fiscais de ordem pública, técnicos de gabinete, departamento de trânsito, polícia ambiental e outras tantas organizações de repressão.
A esquerda não entende a questão do fim da polícia, como deve ser encarado, pois não compreende também (ou não quer compreender) que o agente da repressão no sistema capitalista não é trabalhador. Reprimir o povo não pode ser considerado trabalho, sob nenhum ponto de vista.
Como não compreendem isso, a ideia de reformar a polícia, melhorar as condições de vida do policial, a preocupação com o psicológico do policial, o chamado “despreparo”, enfim, tudo isso é levantado para manter a repressão tal como ela está.
Esses dois milhões de agentes servem para reprimir a população, especialmente quando esta se mobiliza em torno de suas reivindicações. A repressão é uma arma da burguesia para impor sua vontade caso a dita democracia não resolva o problema. Basta ver a quantidade de policiais durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff, em Brasília (DF), ou o papel exercido pela Polícia Federal no golpe de Estado e a eleição fraudulenta de Bolsonaro em 2018. Agora temos o massacre do Jacarezinho (RJ), realizado pela Polícia Civil, e a ditadura diária da Polícia Militar. Espancar trabalhador não é ofício, trabalho.
É contra essa máquina macabra que deve ser feita a luta, a agitação e propaganda em torno do fim da polícia. Estes são os responsáveis pela manutenção de uma verdadeira ditadura contra o povo brasileiro; os mesmos que se erguem na defesa do regime da burguesia contra os interesses do povo.
Desta forma, precisam ser dissolvidos como resultado de um movimento de massas, da luta popular das organizações de defesa do povo trabalhador.