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Eduardo Vasco

Militante do PCO e jornalista. Materiais publicados em dezenas de sites, jornais, rádios e TVs do Brasil e do exterior. Editor e colunista do Diário Causa Operária.

Pelé e o Maracanã

O templo do futebol homenageia Sua Majestade

Nada mais justo do que o Rei ter em sua homenagem o nome do templo sagrado do futebol mundial.

Uma rara e justa medida foi tomada em defesa do futebol brasileiro (talvez não com essa intenção). Na semana passada, a Alerj aprovou a mudança de nome oficial do Maracanã de Estádio Jornalista Mário Filho para Estádio Edson Arantes do Nascimento – Rei Pelé.
Podem falar o que quiserem de Mário Filho. Tudo bem, ele foi um dos principais propagandistas da construção do Maracanã, por meio de seu Jornal dos Sports. Foi um importante jornalista esportivo.
Pelé não. Foi simplesmente o maior atleta de todos os tempos. O Rei do Futebol. A pessoa mais conhecida de todo o planeta Terra. O locutor Walter Abrahão, quando Pelé pegava na bola, não precisava chamá-lo pelo nome, chamava-o apenas de “Ele”, e todos os ouvintes já sabiam que o Rei estava com a bola.
Pelé tem uma história no Maracanã. Foi lá onde marcou seu milésimo gol.
De tão apaixonado que é pelo futebol, o brasileiro, muito religioso, leva todas as suas crenças e superstições para os gramados e arquibancadas. Sobre Pelé, isso não é diferente.
Quis o destino que o gol número mil do maior artilheiro da história fosse no templo do futebol. No jogo anterior à partida contra o Vasco da Gama, o Santos enfrentou o Bahia na Fonte Nova. O público lotou o estádio para ver o Rei marcar seu milésimo gol, mesmo que a vítima fosse seu próprio time (do público). Reza a lenda que, após chute de Pelé, indefensável para o goleiro, e o zagueiro Nildo salvar em cima da linha aquele que seria o gol mil, a própria torcida do Bahia começou a vaiar o zagueiro, pois queria comemorar o gol de Pelé. Finalmente, no Maracanã, 65 mil pessoas compareceram para ver Pelé marcar o gol tão esperado. E foi um gol de pênalti, como para que todos – da arquibancada às ondas do rádio – pudessem apreciar, para que ninguém tivesse o azar de perder o momento majestoso.
Pelé marcou 32 gols em 51 jogos no templo do futebol. O primeiro foi aos 16 anos, na goleada do Santos de 4 a 0 contra o América. Um deles mereceu uma placa no estádio, quando da vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense, em 1961. Pelé pegou a bola no meio de campo e foi driblando seus adversários, ignorando-os de modo humilhante, até balançar a rede do goleiro Castilho, ídolo tricolor. O jornal A Tribuna, de Santos, publicou, após o jogo, o seguinte comentário do jornalista Antônio Guenaga:

“Ouvi domingo comentários de diversas rádios sobre o gol nº 2 de Pelé. Os locutores sentiram até dificuldade para escrever o lance, e um deles, de São Paulo, afirmou que, para a próxima partida do Santos trará um dicionário porque os adjetivos mais usuais já se tornaram lugares comuns para enaltecer o valor e a maneira realmente impressionante como o meia-esquerda do Santos, a cada partida, dá largas ao seu espírito criador.”

Imprensa e esquerda pequeno-burguesa juntas contra o futebol

O projeto de lei de mudança do nome do Maracanã (cujo apelido será mantido) é de autoria do deputado estadual André Ceciliano, da ala direita do PT. De qualquer forma, esse fato revela as pressões sofridas pelo partido por parte das camadas populares, indo de encontro com o posicionamento da ala pequeno-burguesa do PT que é muito parecida com o PSOL quando se trata de se posicionar contra a cultura popular. Tanto é que o PSOL foi o único partido que votou contra a mudança de nome. Ao menos não podemos acusá-lo de incoerência, pois até seu presidente vem atacando publicamente o futebol brasileiro.
Os setores pequeno-burgueses do PT, no entanto, não gostaram do projeto. Juca Kfouri utilizou seu blog no UOL para exigir o veto do governador Cláudio Castro (PSC).
A imprensa burguesa, inimiga do futebol brasileiro, também tem criticado o projeto, utilizando dos mais diversos malabarismos para defender sua posição reacionária.
Mas aqui também não há nenhuma novidade. Até mesmo os jogadores sabem que a imprensa sempre foi um dos maiores obstáculos para o futebol brasileiro, haja vista sua cobertura noticiosa e opinativa nas Copas do Mundo.
Aliás, os três maiores símbolos do futebol brasileiro são justamente estes: os cinco títulos mundiais da seleção, o Maracanã e o Rei Pelé. Infelizmente, Pelé não foi campeão do mundo pela seleção no Maracanã. Isso é impossível de relacionar. Mas agora uma justiça pode ser feita. Não seria apenas uma homenagem do Maracanã a Pelé. Seria mais do que isso: o Maracanã seria homenageado com a honra de se chamar Estádio Rei Pelé.

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