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Cinema e resistência

Filme ajuda a compreender o imperialismo como barbárie

Com direção de Ciro Guerra, o filme À Espera dos Bárbaros faz uma reflexão sobre o imperialismo na atualidade.

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O imperialismo americano é uma forma de colonização contemporânea que submete os países do mundo a uma feroz exploração.

A burguesia americana saqueia as riquezas das populações locais, destruindo vidas e culturas e transformando sociedades e comunidades em ajuntamentos humanos pobres e em desespero.

O nível de violência é a única variável no saque: às vezes, a burguesia americana apela para a força bruta e envia seus exércitos para dominar regiões inteiras, como aconteceu no Iraque, na Síria e nos últimos 20 anos de história do Afeganistão.

Às vezes, conta com a boa vontade das burguesias, do aparato militar e do sistema de justiça dos países colonizados. Esses agentes fazem o trabalho sujo contra seus compatriotas em troca de gordas fortunas. Estes são os casos do Brasil e da Colômbia, por exemplo.

Foi justamente na Colômbia que surgiu um jovem cineasta que, com apenas cinco filmes, tem refletido sobre os impactos do imperialismo contemporâneo.

Nascido em 1981, Ciro Guerra dirigiu O Abraço da Serpente (2015), sobre a colonização da Amazônia, seu título mais famoso.

Nosso foco aqui, no entanto, é seu trabalho mais recente, intitulado À Espera dos Bárbaros (2019), baseado no livro de mesmo nome do escritor sul-africano J. M. Coetzee (que também assina o roteiro).

O filme mostra um império que avança sobre terras habitadas fazendo o que melhor sabe fazer: destruir, saquear e submeter suas populações.

A história é contada a partir do ponto de vista do Magistrado, personagem interpretado pelo ator inglês Mark Rylance.

O Magistrado é o líder de uma comunidade em um forte situado no limite do império em uma área de deserto. Ao redor, no entanto, vivem populações com as quais ele mantém uma relação de desconfiança pacífica.

A cinematografia de época sugere que o império é o britânico e que a fronteira é asiática. No entanto, o filme faz questão de deixar essas lacunas para que o espectador as preencha.

A rotina do Magistrado é quebrada quando o poder central envia o exército para reprimir os povos autóctones com a desculpa de que são bárbaros violentos e ameaçadores.

O poder militar é representado pelas figuras do Coronel Joll (Johnny Depp) e do Oficial Mandel (Robert Pattinson).

Quando eles entram em cena, a narrativa torna-se uma sucessão de atos de violência, arbitrariedade e tortura e opõe, de um lado, a figura civilizada do Magistrado e, de outro, o sadismo dos militares, conferindo ambiguidade ao título do filme.

As escolhas do americano Johnny Depp e do inglês Robert Pattinson merecem um comentário.

Depp faz um coronel histriônico, no limite da caricatura, que lembra outros personagens que ele, como estrela de Hollywood, já interpretou.

A abordagem farsesca, no entanto, coloca simbolicamente os Estados Unidos, na figura do ator hollywoodiano, dentro do filme.  Pode-se tirar a mesma conclusão do personagem de Pattinson em relação ao Reino Unido.

A jornada do Magistrado aponta que o poder central não hesitará em eliminar seus próprios integrantes se estes mostrarem qualquer forma de resistência ou oposição aos seus métodos.

Mais do que ser uma representação de época, o filme é uma reflexão sobre o imperialismo no nosso momento atual.

A fronteira pode ser o deserto no Texas ou o verde amazônico, mas a crueldade e a arbitrariedade do império são sempre as mesmas e visam sempre os mesmos resultados.

Streaming

À Espera dos Bárbaros está no Telecine.

A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a posição deste diário.

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