Nesta segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, devolveu o processo sobre a apreciação da Tese do Marco Temporal. O Ministro foi o responsável pelo novo adiamento em setembro da votação da Tese do Marco Temporal. Tese esta que foi elaborada pelo próprio STF, para beneficiar o latifúndio.
Essa não foi a primeira vez que Alexandre de Moraes, e muito menos o STF, atuou para adiar mais uma vez a votação do Marco Temporal para desmobilizar os indígenas e dar tempo para as manobras dos latifundiários no ataque as terras indígenas.
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Esse mesmo Alexandre de Moraes está sendo colocado, por setores da esquerda pequeno burguesa como um elemento democrático e combatente da luta contra o fascismo, por estar perseguindo e prendendo elementos da extrema direita sem nenhuma significância política.
O ministro Alexandre de Moraes pediu investigação e prendeu pessoas porque deram depoimentos nas redes sociais ou vazamentos de áudios no aplicativo WhatsApp contra o STF, pedindo intervenção ou coisa parecida.
Na lista de Alexandre de Moraes estão figuras sem nenhuma importância política e muito menos com uma grande base para dar um golpe de Estado e fechar o STF. Na lista estão o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), Roberto Jeferson, o canto e deputado Sérgio Reis, e blogueiros e tuiteiros ligados a Jair Bolsonaro. Cogitou-se até a investigação do humorista Batoré devido as críticas que realizava contra o Supremo Tribunal Federal.
Observe que todos esses elementos perseguidos por Alexandre de Moraes são figura secundárias da política nacional ou fazem parte de blogs sem nenhuma influencia e de restrito alcance de público.
Fica evidente que as “ameaças” dessas figuras sem nenhuma importância são realizadas de maneira eleitoreira e não representam nenhuma ameaça real. É como queimar a estátua do Borba Gato contra o genocídio dos indígenas: sem nenhum resultado prático de defesa dos indígenas, apenas propaganda eleitoral de setores da esquerda pequeno burguesa que se recusa a fazer qualquer coisa. No caso de Alexandre de Moraes é uma tentativa de propaganda política da terceira via, como os tucanos João Doria e Eduardo Leite.
Quando o assunto é latifúndio, o skinhead de toga fica mansinho.
Ao contrário das figuras citadas acima sem nenhum poder de mobilização real e secundários da política nacional, quando está em jogo os interesses dos latifundiários, Alexandre de Moraes fica extremamente manso e cede rapidamente aos interesses desse setor contra os indígenas.
Alexandre de Moraes pediu pela segunda vez “vistas” na votação da Tese do Marco Temporal. A primeira foi em junho e agora o adiamento ficou mais escancarado como uma pressão dos latifundiários. A decisão do tchutchuca do latifúndio Alexandre de Moraes que “fala fino” contra esse setor foi evidenciada na entrevista do vice-presidente da Bancada Ruralista no Congresso Nacional, o deputado Neri Gueller, ao Portal Notícias Agrícolas. Na entrevista, Neri Gueller disse que estavam em negociação com os ministros do STF, incluindo reunião marcada, para que houvesse o adiamento da votação do Marco Temporal para que o latifúndio ganhasse tempo para tentar aprovar antes o PL 490, que é outro grande ataque aos indígenas e suas terras, e que poderia forçar a aprovação do Marco Temporal.
Ao contrário do que setores da esquerda pequeno burguesa em mostrar o STF com “parceiro” contra a direita e o governo Bolsonaro, de serem ministros defensores da democracia ou coisa parecida, é preciso mostrar o STF e seus ministros como realmente são: uma ditadura de toga para defender os interesses dos latifundiários e da burguesia nacional contra a população explorada.
No caso de Alexandre de Moraes, o qual a esquerda aponta como um novo herói nacional (parece que essa esquerda ainda não aprendeu nada com as lições da operação Lava Jato e do ex-juiz Sérgio Moro), é um representante do latifúndio contra os interesses do povo e dos indígenas.
Como ficou evidente, Moraes atua de maneira incisiva e ditatorial contra figuras de pouca importância política, mas quando o assunto é defender o latifúndio se torna cortês e defensor. Parafraseando com o ministro Paulo Guedes quando chamado de “tigrão com os trabalhadores e tchuthuca com os banqueiros”, Alexandre de Moraes é “tigrão com tuiteiros e tchutchuca do latifúndio”.