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Arthur Cesconetto

Dirigente nacional do Partido da Causa Operária e da Aliança da Juventude Revolucionária. Responsável pela organização dos comitês de juventude em Santa Catarina e estudante da Universidade Federal de Santa Catarina.

Um ato em Florianópolis

Os covardes, os oportunistas e os revoltados

A crise do maior ato cancelado da cidade

Todos aqueles que acompanharam, e se ainda não o fizeram, recomendo, antes de mais nada, o balanço feito por Rui Costa Pimenta, na plenária de balanço realizada pelo Bloco Vermelho neste domingo, para que possam concluir pela experiência a total crise que impera em todo país entre a base do movimento pelo Fora Bolsonaro e as direções da esquerda pequeno-burguesa, defensora da frente ampla. Ciro Gomes foi chutado para fora do ato na Avenida Paulista, vaias foram feitas para todos os inimigos do povo, que em uma grande operação foram colocados na principal manifestação do país, em uma grande campanha da terceira via.

No entanto, aqui vou tratar, como já fiz outras vezes dos mais curiosos, como também reveladores, acontecimentos que se passam a quase 700km de distância de São Paulo, no ato da capital de Santa Catarina, Florianópolis.

Para os mais atentos, o ato de Florianópolis ficou conhecido não apenas pelo início da campanha do PDT e PCdoB contra o PCO nas manifestações, o que em um grande golpe acarretou na expulsão do partido da Frente Fora Bolsonaro da cidade, mas também, pelo grande inimigo da esquerda pequeno-burguesa florianopolitana: a terrível chuva.

Mais uma vez, dado ao fato que a Frente Fora Bolsonaro nacional não costuma definir os dias de mobilizações baseado na previsão do tempo da capital catarinense, o “perigo” alarmante de uma potencial chuva assombrou a Frente Fora Bolsonaro da cidade. Desde quarta-feira, três dias antes da manifestação, o que mais se ouvia das direções de partidos como PSOL, PCdoB e inclusive da ala direita do PT, era a possibilidade de pela terceira vez desde o início das manifestações ser feita uma reunião extraordinária da chamada “operativa” para discutir o cancelamento ou não da manifestação.

No dia 19 de junho, o ato foi cancelado restando 12h para a manifestação. No dia 7 de setembro, o ato foi confirmado, restando 5 horas para a manifestação, e agora, na contagem regressiva para o dia 2 de outubro, a Frente Fora Bolsonaro, dominada pelos setores frente amplistas da esquerda, novamente se colocaram na disposição de sabotar todo o movimento.

As últimas horas de sábado antes da manifestação eram novamente de expectativa. A Frente Fora Bolsonaro reuniu sua operativa secreta, a voz de Deus destas organizações para os golpes mais cínicos, e decidiu restando 3 horas para a manifestação (um recorde!) que o ato da cidade estava…cancelado. Em uma votação de 10 votos contra 9, onde quem fez o que permanece secreto até o presente momento, a operativa cancelou a manifestação com base no tempo nublado. Naquela altura, sequer previsão de chuva havia para o dia de sábado em Florianópolis, mas isso não foi o suficiente para impedir a ação de pura sabotagem e boicote à manifestação.

Para os defensores da frente ampla em Florianópolis, o tempo “feio”, a falta de sol e céu azul já bastaram para tomarem esta decisão. Porém, ao contrário do dia 19, quando apenas o PCO e o Coletivo Lula Presidente decidiu manter a manifestação, fazendo chuva ou sol, a já muito desgastada Frente Fora Bolsonaro de Florianópolis não pode contar com a mesma sorte neste sábado.

A notícia do cancelamento do ato foi recebida nos grupos de Whatsapp com comentários como “que se exploda a frente, que se exploda a operativa”. Outros tantos, militantes do PT, PSOL, ativistas, trabalhadores, se colocaram rapidamente na defesa da realização da manifestação.

Puxados pela iniciativa do Bloco Vermelho e da direção de um dos mais importantes sindicatos cutistas do estado, SINTRASEM, o chamado à mobilização cresceu, e revoltados, a militância de toda a esquerda decidiu romper com a decisão da Frente Fora Bolsonaro e manter a manifestação.

Com uma predominância da ala lulista do movimento, explícita pelas camisetas, faixas, cartazes e palavras de ordem, a manifestação foi mantida em um tom de revolta e radicalização. No microfone, trazido pelo SINTRASEM como forma de manter o ato a todo custo, o chamado era de ataque à frente ampla, de discutir a necessidade de reorganizar o movimento sem os golpistas e de sair às ruas faça chuva ou faça sol por Fora Bolsonaro e Lula Presidente.

Os golpistas do PDT, que votaram contra o ato, apareceram na miúda para não perder a marcha, porém sequer se atreveram a tocar no microfone. Na manifestação era perceptível uma militância revoltada contra a pelegagem, contra o oportunismo e contra a chamada “operativa”. O ato por fim foi um dos maiores já realizados neste ano, o maior “ato cancelado” já visto, com milhares de pessoas nas ruas por Fora Bolsonaro e Lula Presidente.

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