Meu companheiro de coletivo, Juliano Lopes, está sendo ameaçado de processo por denunciar que a presidente da UNE, que não representa em nada os estudantes e muito menos a luta dos negros e das mulheres oprimidas, é uma negra a serviço da casa grande.
Então eu digo: me processem também, pois enquanto existirem os canalhas que defendem a política nefasta contra os trabalhadores, eu e o coletivo João Cândido, que represento, não nos calaremos. Não importa a cor, o gênero, a classe social de onde saíram aqueles que defendem os políticos responsáveis pelo povo estar morrendo de fome, serão duramente denunciados, criticados e combatidos.
Em nenhum momento a cidadã foi pessoalmente atacada por nossa militância, por nosso coletivo ou pelo Bloco Vermelho. Apenas foi vaiada no último ato pelo Fora Bolsonaro, dia 2 de outubro, quando defendeu a Frente Ampla com os golpistas.
Foi a própria que iniciou uma campanha sórdida na Folha de S. Paulo contra a esquerda, dizendo que os manifestantes do movimento Fora Bolsonaro seriam piores que os bolsonaristas e adivinha por que seriamos tão ruins assim? Porque a base do movimento é totalmente contra a presença dos bolsonaristas “arrependidos” no movimento.
Novamente, em declaração para a Folha estampar nas suas páginas golpistas, Bruna Brelaz anunciou que vai processar o coordenador do coletivo João Cândido, o coletivo de negros do PCO. Parece até piada! A política identitária toma a sua forma mais acabada, uma negra a serviço da direita dominada principalmente por brancos, ameaça processar um representante de um coletivo de negros revolucionário, verdadeiramente combativo, que defende o fim da Polícia Militar, das prisões e de todas as opressões contra os negros.
Com esse acontecimento, podemos facilmente entender porque os negros, na época da escravidão, muitas vezes sentiram mais ódio dos negros da casa branca, do que dos próprios brancos.
Tudo de ruim que vier dos golpistas, toda tentativa de acabar com o movimento popular Fora Bolsonaro não é nenhuma surpresa, mas uma mulher negra, que usa a pauta dos oprimidos para calar a base do movimento é de fato muito revoltante. E todas as críticas que ela tem recebido são expressão da revolta contra esse peleguismo.