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Vinícius Rodrigues

Militante do Partido da Causa Operária no Rio de Janeiro e membro da Direção Nacional da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

PIG defende a "paz mundial"

As guerras esquecidas pela imprensa imperialistas

A definição de paz da burguesia é o massacre de centenas de milhões pelo imperialismo, guerra é quando os massacrados se levantam contra seus algozes

Debatendo sobre a questão da guerra na Ucrânia me deparei com o seguinte argumento: “a imprensa não está a favor da Ucrânia, está a favor da paz!” Fiquei impressionado com a capacidade de convencimento que possuiu a campanha sórdida dos monopólios da comunicação, que se aproveitam da vontade da população de ter uma vida pacífica, para convencer as pessoas a apoiar a OTAN. Um dos grandes poderes dos monopólios é justamente ter a capacidade de ocultar os acontecimentos, como por exemplo as dezenas de guerras geradas pelo imperialismo em todo o planeta.

Nos últimos 20 anos os EUA despejaram em média 46 bombas por dia nos países mais miseráveis do planeta. Afeganistão, Somália, Síria, Líbia dentro outros totalizando 336,000 bombas e misseis. Isso sem contar com as bombas dos outros países imperialistas e dos seus capachos, como Israel que bombardeia a Síria e a Palestina e a Arábia Saudita que bombardeia o Iêmen. Para a imprensa burguesa a “paz” e esse estado em que o imperialismo pode jogar 46 bombas diariamente nas populações dos países que o desafiam mas Putin não pode jogar sequer uma bomba em um nazista financiado pela OTAN.

Ucrânia

Como a imprensa imperialista gosta de destacar o sofrimento do povo ucraniano vamos destacar aqui o sofrimento do povo de todo o mundo, começando com própria Ucrânia. Estima-se que desde o golpe neonazista de 2014 organizado pela OTAN que derrubou o governo ucraniano 14mil de pessoas faleceram nos 8 anos de guerra que se seguiram. De acordo com a ONU o número de civis mortos com a guerra após a ocupação da Ucrânia pela Rússia é de 400 pessoas.

Polina Sladkaya, umas das 14mil vítimas da guerra, assassinada em 2014.

Síria

A guerra da Síria se iniciou em 2011 com a tentativa de derrubada do presidente Bashar Al Assad, os EUA se utilizaram de suas forças armadas e de todos os seus lacaios no Oriente Médio utilizando de todas as ferramentas possíveis para derrubar o governo nacionalista. O Observatório de Direitos Humanos da Síria estima que 600 mil pessoas morreram durante a guerra e 13 milhões de pessoas se tornaram refugiados. Além da destruição causada por 11 anos de guerra, e os EUA ainda controlam boa parte dos campos de petróleo do país.

Bombas israelenses na Síria em fevereiro de 2022

Somália

Nesse país do chifre da África a guerra se iniciou em 1991, durante as diferentes períodos da guerra houve participação das forças da ONU, do próprio exército dos EUA da Itália e do Reino Unido. Estima-se que mais de 500mil pessoas morreram na guerra e mais de 1milhão se tornaram refugiados. Não só isso como o país basicamente deixou de existir até hoje dividido em diferentes facções e sem perspectiva de fim do confronto. A pobreza chegou a tal nível que se iniciou um período de pirataria no Golfo de Aden que fez com que as empresas de transporte naval contratassem exércitos de mercenários para assassinar os piratas somalianos.

Capital da Somalia bombardeada em novembro de 2021.

Iêmen

O país na peninsula arábica está em guerra desde 2015, os Houthis lutam pela libertação nacional semelhante de forma semelhante ao Talibã no Afeganistão. Lá a repressão é terceirizada para a Arábia Saudita, que é financiada diretamente pelos EUA. De acordo com a ONU são mais de 377mil mortos e 3 milhões de refugiados. A situação da fome no país é uma das mais drásticas do mundo, 16.2 milhões de pessoas, mais da metade da população. A guerra também gerou a maior epidemia de cólera da história da humanidade afetando mais de 2 milhões de pessoas.

Bombardeio em Sana, capital do Iemen, em 2017, 8 pessoas da família da criança foram mortas.

Afeganistão

Após a libertação do país pelo Talibã em agosto de 2021 os EUA impuseram um bloqueio genocida que gerou uma situação de fome generalizada. Estima-se que 98% da população está em situação de fome, a UNICEF estima também que 1 milhão de crianças morrerão devido a fome no ano de 2022. Isso equivale a 2.800 por dias, mais do que a maior parte das guerras em todo o mundo. O caso do Afeganistão revela que o massacre imperialista é milhares de vezes maior do que qualquer guerra que algum país atrasado trave.

Afeganistão escancara a guerra perpétua contra os povos oprimidos.

Mesmo que Putin ataque a Ucrânia como um ditador sanguinário, como a imprensa burguesa o pinta, ele assassinará tantas pessoas quanto a invasão sanguinária do Iraque pelos EUA. Cerca de 1 milhão de pessoas morreu na guerra com os EUA, sendo a Ucrânia um país de população semelhante ao Iraque podemos colocar por alto que Putin levaria 1 milhão de pessoas à morte. Apenas no Afeganistão os EUA farão isso no ano de 2022 sem jogar uma única bomba, apenas por meio do seu controle da economia mundial.

O imperialismo não só está por detrás de todas as guerras do mundo, inclusive a atual na Ucrânia, como de toda a miséria e fome que leva centenas de milhões a morte todos os anos. Putin não tem nem mesmo a capacidade de oprimir seus vizinhos, que são oprimidos pelos próprios EUA. A imprensa imperialista tem a capacidade de omitir a esmagadora maioria do sofrimento da humanidade, que é causada por seus patrões, e atacar os países atrasados, que resistem em armas como este domínio monstruoso. Por isso a importância de uma imprensa operária e revolucionária.

* A opinião do colunista não reflete necessariamente a posição deste jornal

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