Enquanto a maior parte da burocracia da esquerda vive na ilha da fantasia numa euforia com o processo eleitoral de 2022, no mundo real, a perseguição política e a repressão, vem se intensificando com o endurecimento do regime golpista do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e de seus representantes locais.
Na cidade de Rio Grande-RS, a Câmara de Vereadores, sob o mando do Prefeito Fábio Branco (PMDB-RS), tem implementado um processo de perseguição contra as lideranças populares dos trabalhadores sem-teto e suas organizações, com uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que tem o objetivo de criminalizar a luta pela moradia na cidade. O objeto da CPI eram os empreendimentos Junção e Cidade Águeda II, que são coordenados pela COOPERNOVA, COOPERLAR, COOPARROIO, UNIPERFIL e COOTRAHAB, vinculadas ao MNLM. Esses empreendimentos vinham enfrentando enormes obstáculos, tanto pelo fim do Programa Minha Casa, Minha Vida, como também pelos empecilhos colocados pela Prefeitura de Rio Grande e pelo Governo do Estado.
No dia 20 de abril de 2022, foi votado o relatório final da CPI, que foi aprovado pelos vereadores com 8 votos favoráveis ao relato, contra 3 contrários. A CPI encaminhou o processo de indiciamento de três dirigentes do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Karina Rocha, Gilmar Ávila e Mauro Nunes, mesmo ficando demonstrado de maneira muito clara, que todas as acusações de furto, coação e apropriação indevida, não são verdadeiras e que na realidade os verdadeiros crimes contra o povo sem-teto, vem sendo promovidos pela própria Prefeitura, que destruiu da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária, vem dificultando que os empreendimentos tenham acesso à água, energia e saneamento básico, fechando escolas e aumentando os preços das passagens do transporte público.
Com o clima eleitoral e a possibilidade de eleger um governo popular para o poder executivo federal, muita gente acredita que as perseguições e as repressões dos golpistas haviam acabado. Porém, todo o aparato de estado e seus mecanismos de opressão contra os trabalhadores e suas lideranças, ainda se encontra à disposição de ações arbitrárias e em pleno funcionamento.
Nesse sentido, o que se pode tirar dessa experiência recente, é que apenas a derrubada do golpe e a derrota dos golpistas locais, por meio da mobilização do povo e de suas organizações, pode colocar um ponto final nesses processos de perseguição política e opressão.
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