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Francisco Weiss

Militante do PCO em São Paulo. Juntou-se ao partido em 2018, em meio à campanha da luta contra o golpe e pelo “Fora Bolsonaro”. É membro da coordenação do Grupo por uma Arte Revolucionária Independente (GARI), além de dirigente do PCO em São Paulo. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV e outros programas do Canal e também da Rádio Causa Operária.

Universidade Marxista

A importância da luta contra a ignorância

O curso sobre os 500 anos da história do Brasil da Universidade Marxista do PCO tem mostrado a importância de conhecer os fatos para a luta política

Já se passaram duas semanas desde o começo da 49ª Universidade Marxista do PCO. O tema do curso, como já sabem bem os que têm acompanhado o trabalho do Partido até esse momento, são os 500 anos de história do Brasil, sob uma análise marxista. Estou, como vários outros militantes de São Paulo e do resto do Brasil, acompanhando as aulas ao vivo no auditório Friedrich Engels, no Centro Cultural Benjamin Péret, localizado no bairro da Saúde, em São Paulo Capital.

Para muitos, pode parecer algo trivial um curso sobre a história do Brasil. Afinal de contas, quem que não estudou o tema na escola ou, em alguns casos, até na universidade? Pareceria, para quem não está tão habituado com os cursos do PCO, que seria apenas uma revisão dos conceitos mal explicados e mal ajambrados que nos foram passados anteriormente pelas instituições de ensino.

No entanto, não se trata de nada disso. Já no princípio do curso, foi colocado claramente pelo companheiro Rui Costa Pimenta que o curso seria uma investida ousada, porém fundamental, de procurar olhar para toda a história do Brasil sob uma análise marxista. Mais ainda, é a primeira vez que isso será feito em toda a história da nação.

Uma ideia fundamental do curso é demonstrar como deve ser feita uma análise materialista da história de um país ou população. É preciso ter uma análise que compreenda todos os aspectos que influenciam o desenvolvimento e a história do objeto estudado. No caso do Brasil, isso não é tarefa nada simples, visto que é um país de proporções continentais, com uma população de mais de 200 milhões de pessoas. O estudo a ser feito deve ser meticuloso e o mais factual possível. Afinal, é só através da análise dos fatos que se pode compreender os acontecimentos.

Um dos exemplos mais impressionantes é a análise do porquê o desenvolvimento do Brasil se deu de forma diferente do desenvolvimento dos Estados Unidos, com o qual o Brasil é frequentemente comparado por todos os autores que tratam do tema. São múltiplas variáveis a serem observadas – geografia, economia, população, cultura, história de outros países envolvidos no desenvolvimento destes dois.

No fim das contas, ficou claro para todos que acompanham o curso que todos os clichês apresentados nas escolas (colonização de exploração X colonização de povoamento; a disposição do povo anglo-saxão X a preguiça do povo latino; colonização inglesa fenomenal X colonização portuguesa horrível) são todos falsos e absurdos. Não é, porém, um erro casual. Trata-se de um erro intencional e com um viés político claro. O imperialismo tem a intenção de fazer, em todos os aspectos, parecer que um suposto “fracasso” do Brasil seria fruto de defeitos morais e de espírito por parte da população brasileira e também dos portugueses, que foram responsáveis pela nossa colonização.

É aí que está a importância de se informar de fato sobre a história do Brasil e outros temas políticos que estão em disputa com a ideologia criminosa do imperialismo. O imperialismo estará sempre promovendo falsificações criminosas a respeito de tudo, e a única forma de combatê-las é através do estudo e da constatação da realidade. A experiência de participar da Universidade Marxista do PCO muda todos os preconceitos que se poderia ter sobre a história do país, e isso tende a deixar um amplo setor mais esclarecido da esquerda preparado para o enfrentamento político, ideológico e, eventualmente, até físico com o imperialismo.

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