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Roubando a cena

A estreia da bateria Zumbi dos Palmares no Rio de Janeiro

Em sua estreia a bateria Zumbi dos Palmares cativou corações e sequestrou uma parcela do ato com seu ritmo empolgante e de luta

No último sábado, 29 de maio, a bateria Zumbi dos Palmares estreou no Rio de Janeiro. Não haveria outro momento melhor para seu debute que na retomada dos grandes atos de rua da esquerda. Convencidos da importância de ter uma bateria, após ver o sucesso que causou no primeiro de maio, os militantes e simpatizantes do PCO no Rio de Janeiro se colocaram na tarefa de levar uma bateria para o primeiro ato, desde o começo da pandemia, unificado de toda a esquerda.

Foi como fazer uma a famosa sopa de pedra, queríamos ter a bateria e queríamos tocar no ato, assim fomos falando com contatos, próximos e distantes, para conseguir essa empreitada. Primeiro um companheiro recentemente ingresso nas fileiras do partido, professor de música do Estado, falou da possibilidade de pegar alguns instrumentos emprestados, e daí partimos em busca de mais elementos essenciais para se fazer uma bateria. Repiques, pandeiros, surdos, tamborins, caixas, tan-tans, apitos e baquetas, e não poderia faltar: gente disposta a tocar. Assim fomos juntado, aqui e ali, os ingredientes necessários para fazer essa sopa. Com muitos instrumentos emprestados de escolas de músicas, até um vizinho da sede que trombou conosco na calçada da rua Taylor, amigo do camarada Fernando, dirigente querido que faleceu nas eleições de 2018, se dispôs a emprestar-nos um repique empoeirado. Desse jeito conseguimos os instrumentos. Depois disso, corremos atrás das pessoas para tocar. Todos que convidamos para ajudar-nos nessa empreitada aceitaram, gente com e sem experiência, gente que já tocou em escola de samba e gente que nunca segurou um tamborim na vida. A verdade é que, infelizmente, teve gente que acabou ficando de fora pela falta de instrumentos.

Ensaiamos na noite anterior sob a clarão da lua na Praça Paris, a poucos metros do nosso Centro Cultura Benjamin Péret. A falta de experiência foi compensada no dia do ato com a empolgação geral dos instrumentistas. Na manhã do sábado, nos reunimos na Candelaria, palco histórico das lutas dos trabalhadores, e fomos ajustando os detalhes restantes. Quando foi dada a largada para nos juntar aos demais meio a Avenida Presidente Vargas, na altura da Central do Brasil, a bateria liderou triunfante nosso bloco composto por jovens, trabalhadores, moradores do Jacaré, de onde trouxemos uma van e companheiras da Casa Nem e da FIST (Frente Internacionalista dos Sem Teto). Com aguerridas palavras de ordem e gritos de protesto, a bateria deu o ritmo de maneira incansável para a música do protesto.

Os momentos em que as vozes se cansavam durante a brava caminhada até a central foram preenchidos de modo que todos ouviam orgulhosamente o som, carnavalesco e militar ao mesmo tempo, da nossa bateria. Finalmente unidos com o resto da esquerda, nosso bloco deu um giro de 180º para tomar de assalto os elementos que estavam na dianteira do ato. Assim marchamos pelo trajeto pré-definido, sempre na vanguarda.

Ao passar pela Avenida Passos, onde encontravam-se lojistas e compradores de todo no famoso Saara, o som estrondante da bateria cativou todos os olhares curiosos que ali se encontravam. Arrancando gritos de protesto de simpatizantes da causa e impondo o silêncio aos opositores, tudo foi amplificado pelas paredes de concreto dos prédios do centro do Rio.

Nosso ritmo militante foi juntando cada vez mais gente, de modo que ao chegarmos na Carioca nos demos conta que uma parcela considerável do ato estava escutando atentamente a bateria e que outra parcela havia ficado muito para atrás seguindo o lento ritmo do carro de som. Foi um sequestro involuntário dos mesmerizados. Esperamos os demais sem cansar e sem diminuir a velocidade ou o impacto das baquetas.

Unificados novamente, logo as pessoas se puseram a andar até a Cinelândia, onde tradicionalmente se encerraram milhares de atos, descumprindo a orientação inicial de terminar o ato na Carioca. O carro de som ficou para trás, mas continuaram todas as milhares de pessoas que haviam sido de casa nesse importante protesto contra a burguesia genocida em direção a Cinelândia. Foi lá que encerramos o ato, penduramos nossas faixas e bandeiras nas grades e escadaria da Câmara dos Vereadores. Uma vitória imensa da esquerda e um sinal de que um novo capítulo de mobilizações e combate iniciou-se no Brasil.

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