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Ascânio Rubi

Ascânio Rubi é um trabalhador autodidata, que gosta de ler e de pensar. Os amigos me dizem que sou fisicamente parecido com certo “velho barbudo” de quem tomo emprestada a foto ao lado.

Identitarismo

A coragem de ser uma madame

Não nos espantaria que algum desses intelectuais propusesse erguer, no lugar da estátua do Borba Gato, um monumento à Prada

Por Ascânio Rubi

A senhora Djamila Ribeiro, identitária de primeira hora, acaba de prestar um grande favor ao movimento “antirracista” que encabeça por estas plagas. Depois de explicar aos brasileiros o que é “lugar de fala” e de comercializar seu “pequeno manual antirracista”, a colunista de jornalão da burguesia estrelou a campanha publicitária da Prada, grife italiana de luxo.  

Djamila, professora universitária, virou ícone da marca que vende bolsas a módicos R$ 16 mil a peça. As redes sociais reagiram e deixaram a esquerda pequeno-burguesa dividida: afinal, ela se rendeu à futilidade, capitulou ante a vitrine da Prada, ou será que foi corajosa por assumir, finalmente, que uma preta pode, sim, ser rica?

Seus colegas identitários, colunistas de jornal, esgrimem argumentos, num verdadeiro contorcionismo intelectual, para provar que Djamila é de esquerda, anticapitalista (?), mas tem a coragem de representar a ascensão da negritude… Teriam menos trabalho se assumissem, como, aliás, fez a própria Djamila, a verdadeira face do identitarismo.

Essa política nunca foi de esquerda, e Djamila, como os demais adeptos do identitarismo, está a serviço do capital. Não é na condição de intelectual ou de professora universitária que ela é consumidora do alto luxo (diga-se que suas colegas branquelas da universidade dificilmente terão acesso a esse tipo de bem). É na condição de representante de um movimento de contenção da população negra oprimida, a qual deve se contentar em assistir da arquibancada ao sucesso econômico de uns poucos, que ela se torna estrela da campanha publicitária.

Ao pôr às claras o engodo do identitarismo, que se aproveita do sofrimento da população negra pobre para alimentar reivindicações de uns poucos negros carreiristas de classes mais altas, Djamila presta um serviço àqueles que, por ingenuidade, acham que higienizar o vocabulário, evitar uma palavra aqui e outra acolá, vai fazer diferença na luta contra a opressão.

O mais engraçado mesmo é ver na maior saia justa certos esquerdistas de YouTube, esse pessoal que gosta de pôr os outros no banco dos réus. Quem é identitário de carteirinha não pode criticar a nova garota-propaganda da Prada, pois ela só está demonstrando coerência.

Certa esquerdinha pequeno-burguesa, no entanto, na vaidade intelectual que tão bem a caracteriza, não vê mais a realidade, em tudo enxerga apenas “símbolos”. Sendo assim, não nos espantaria que, num surto de coerência, algum desses intelectuais propusesse erguer, no lugar da estátua do Borba Gato, um monumento à Prada, que representaria a aliança última com a burguesia… (contra o Bolsonaro, é claro!).

Djamila, por sua vez, elegantemente trajada, como convém a uma madame que se preze, já pode frequentar os convescotes da burguesia. E vida que segue.

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