No dia 17 de março de 2022, o movimento popular urbano e do campo, realizará uma ampla mobilização de seus dirigentes e de sua base, em todo o país, com o objetivo imediato de prorrogar a ADPF 828/2021, que proíbe determinados despejos até o dia 31 de março de 2022.
Neste ano de 2022, essa será, juntamente a mobilização do dia 08 de março, a mais importante agenda da esquerda nacional desde o início do ano, sendo uma iniciativa que relativamente combate a paralisia da esquerda e o clima de oba-oba conhecido dos anos de processo eleitoral mais recentes.
Ao contrário da “linha de menor resistência” da pequena burguesia, ou seja, dos que pensam que a mobilização contra os despejos e pela prorrogação da ADPF 828/2021, deva ser uma mera movimentação protocolar ou que se restrinja apenas à impedir os despejos durante o período da pandemia, é preciso nos valer dessa oportunidade para iniciar um grande processo de mobilização do movimento popular e do conjunto da esquerda, para colocar na ordem do dia da agenda política do país; o debate e a luta por uma política habitacional e um projeto de nação, que os trabalhadores almejam. Um projeto que verdadeiramente, abarque aquilo que nosso povo precisa!
Para além do aumento de 123 mil famílias, para 132 mil, de 2021 para 2022, que estão correndo risco de despejo; e do evidente aumento da população em situação de rua, e por conseguinte, dos despejos. Em 2021 vimos a consolidação da destruição da política habitacional no país, sobretudo, no que toca a questão do direito à moradia.
Bolsonaro e o conjunto de neoliberais que dão manutenção ao seu governo, acabaram com o Programa “Minha Casa, Minha Vida”, e o orçamento que um dia foi de R$20,9 bilhões (2015), foi para R$800 milhões (2021).
O congresso que postergou durante quase 2 anos a aprovação da Lei do Despejo Zero em áreas urbanas, foi o mesmo que rapidamente aprovou a privatização do saneamento básico, destruindo a possibilidade de 100 milhões de brasileiros que não tem coleta de esgoto e 35 milhões sem acesso à água potável, de acessar à estes direitos constitucionais.
Vimos as tarifas de transporte público e o combustível, subirem como um míssil hipersônico dos camaradas norte-coreanos. Igualmente para as tarifas de energia e de água, com o fim do Programa “Luz para Todos”, e a venda de nossos aquíferos. A privatização do saneamento básico. Tudo isso em decorrência do processo de privatização das estatais e dos territórios.
Vimos milhares serem excluídos do direito ao trabalho, à aposentadoria, e tendo de se submeter à informalidade, ou à condição de pedintes.
A esquerda nacional não tem o direito de virar as costas para esses companheiros e companheiras, que estão sendo esmagados. Eles precisam de respostas imediatas! E a esquerda, que diz representar os interesses dos mesmos, não pode postergar isso para um futuro no reino dos céus, para quando for conveniente para os nossos malditos algozes, para quando esses desgraçados e filhos da puta quiserem nos dar as migalhas que caem de seus pratos imundos! Os trabalhadores e trabalhadoras, querem ter uma vida digna aqui e agora!