Há um ano as famílias dos acampamentos Tiago dos Santos e Ademar Ferreira vem sofrendo perseguições em Rondônia. Assassinatos realizados por policiais em serviço e a serviço do latifúndio, prisões sem mandato ou provas, e agora, mesmo com a decisão da Ministra Cármen Lúcia do STF em suspender temporariamente a reintegração de posse, a reintegração continou, e nesse mesmo dia também ocorreu a prisão política do líder do acampamento, que pertence a LCP – Liga dos Camponeses Pobres.
O Cebraspo – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos, denúncia que a Polícia Militar do governador PM Marco Rocha, do PSL, com o auxílio da Força Nacional, seguem realizando a desocupação do acampamento Tiago dos Santos, que fica em Nova Mutum Paraná – RO. A desocupação é realizada de forma violenta, a ação continua mesmo com a decisão da ministra Carmen Lúcia na quinta-feira 21/10/2021: “no âmbito da reclamação 0633183320211000000, em trâmite no STF, que determinou a suspensão da execução da ordem de reintegração de posse que havia sido concedida nos autos 7030469-20.2020.822.0001 da 7ª Vara Cível de Porto Velho, até que seja julgado o mérito da ação.”
Essa decisão torna a reintegração de posse do acampamento Tiago dos Santos ilegal, já era ilegal inclusive pela forma que está sendo realizada, com violência, torturas, sem organização, as pessoas estão sendo retiradas e deixadas a própria sorte, sem água, sem alimentação, sem condições de higiene, o que por si só já é desumano, e durate a pandemia covid19, não temos outro nome para dar que não seja fascismo, genocidio. Os camponeses denunciaram que ficaram sem comer de quarta-feira de manhã até quinta-feira de noite. Um trabalhador afirmou também: “Enquanto isso eles estão comendo nossas criações, assaram nosso porco, matando os bichos”, se referindo ao fato de que os mais de 3 mil policiais envolvidos nas ações, estão roubando e destruindo as plantações e criações que são frutos do esforço dos camponeses.
Ilegal também é a prisão do líder do assentamento durante uma das ações dos BPFRON – Policiais Militares do Batalhão de Polícia de Fronteira e Divisas. Os PMs interceptaram uma moto com duas pessoas e identificaram uma das pessoas como o líder do assentamento, um senhor de 50 anos, que segundo os PMs estava fugindo. Obviamente para se proteger do perigo de morte que estava correndo.
É importante salientar que essa é uma prisão política. A prisão ocorreu no dia 22/10/21 e foi realizada com a acusação de esbulho possessório. Uma pesquisa rápida mostrou como se resume o termo: Esbulho possessório é o ato de violência, clandestinidade ou precariedade que te impede de exercer a posse do seu imóvel…
Já foram feitas inúmeras matérias neste DCO denunciando a questão dos latifundiários que são grileiros de terras, que matam, destroem, barbarizam para se manter donos do que não lhes pertence, com respaldo dos governos dos estados e do governo do presidente ilegítimo Bolsonaro. Caso exista alguém que deve ser retirado e preso com acusação de Esbulho Possessório, são esses bandidos, fascistas que infestam nosso país, que acham que colocar uma cerca em volta das terras do povo camponês lhes dá o direito sobre ela!
É preciso denunciar e lutar pela liberdade dos presos políticos da luta pela terra, lutar por ampla reforma agrária, que virá com a Revolução Socialista!