A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborou um novo conjunto de regras para a classificação de agrotóxicos sob a justificativa de adaptá-las ao “padrão internacional”. Porém, as alterações vêm no sentido de aumentar o consumo de produtos tóxicos, perigosos para quem os manuseia. É uma medida do governo golpista que colocará em risco os trabalhadores rurais e favorecerá a burguesia que lucra com a indústria de pesticidas.
Uma das mudanças mais graves diz respeito à alteração da classificação dos produtos mais perigosos, os “altamente tóxicos” e “extremamente tóxicos”. Produtos que causam graves problemas de saúde como úlceras, corrosão na pele e na córnea e cegueira não mais estarão nessas categorias. Para entrar nessas classes, o produto deverá apresentar risco de morte por ingestão ou por contato.
O resultado dessa nova classificação insidiosa é que mais de 500 produtos considerados altamente tóxicos vão ser rebaixados a categorias mais amenas, possibilitando um aumento na produção e na venda desses pesticidas no mercado, uma medida que claramente visa apenas o lucro de quem vende essas substâncias extremamente perigosas para o trabalhador.
Com a mudança na classificação, os rótulos desses produtos também serão alterados, perdendo a tarja vermelha e a caveira, símbolos que demosntravam de forma clara o perigo que sua ingestão ou contato poderiam causar a uma pessoa, e recebendo em troca uma tarja azul e um símbolo de “Atenção”, que servirão para confundir o trabalhador que lida com esses produtos e que muitas vezes apresenta um baixo índice de escolaridade.
Outra mudança é no número de classes de toxicidade. Atualmente, há quatro: Extremamente Tóxico (rótulo vermelho), Altamente Tóxico (rótulo vermelho), Medianamente Tóxico (rótulo amarelo) e Pouco Tóxico (rótulo azul). Com as mudanças, serão adicionadas outras duas, mais moderadas: Improvável de Causar Dano Agudo (rótulo azul) e Não Classificado (rótulo verde).
É importante que se denuncie que as novas regras causarão um grande aumento no número de contaminações ou até mortes pelo contato ou ingestão desses produtos, uma medida assassina de um governo golpista e ilegítimo, que subiu ao poder através de uma fraude e não vê problema algum em sacrificar trabalhadores rurais para aumentar o lucro das empresas que o financiam.