Provando mais uma vez que o poder real é o poder das armas, decisão do STF que suspendia a expulsão de camponeses em Rondônia é totalmente ignorada. A Polícia Militar de Rondônia seguiu com o despejo, torturas, agressões contra os camponeses da Área Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, em Nova Mutum Paraná, RO.
Na noite do dia 21 e madrugada do dia 22 de outubro a PM juntamente com a Força Nacional de Segurança e a polícia federal, sob ordens do governador fascista Marcos José Rocha dos Santos(PSL), e com o apoio de Jair Bolsonaro cercou, invadiu e iniciou o despejo de cerca de 600 famílias. Homens, mulheres, 400 crianças, dentre adolescentes, pré-adolescentes, de colo e mulheres grávidas foram expulsos de suas casas e deixados em qualquer lugar.
Mais de 3.000 mil policiais entre PM e FNS, além dos capangas dos latifundiários vem preparando a ação a pelo menos três semanas, cercando, ameaçando, hostilizando e impedindo a livre circulação dos camponeses na área. As forças militares atuam no local para atender os interesses dos grileiros das terras da união e dos latifundiários que se auto intitulam donos das terras, são eles Antônio Martins dos Santos(Galo Velho) e da família Leite
Os camponeses vem sendo vítimas indefesas nas mãos dos bandidos fardados e de forma semelhante a chacina acontecida no dia 13 de agosto de 2021, na área Ademar Ferreira(antiga fazenda Santa Carmem e Boi Sossego) quando o coronel Alexandre Almeida comandou a operação executada por seu grupo de assassinos do BOPE.
Executaram sumariamente e covardemente os camponeses Amarildo, Amaral e Kevin, todos mortos com tiros de fuzil pelas costas e desarmados, sendo que os dois primeiros, pai e filho, estavam trabalhando na roçada de seus lotes e o último com disparos pelas costas enquanto pilotava sua moto.
Após o ocorrido plantaram armas para tentar simular um “confronto”. Atiraram em dezenas de outros camponeses que, por sorte, não foram assassinados também. Nos dias seguintes continuaram perseguindo os camponeses, atirando contra eles, queimando barracos e jogando óleo diesel nos poços d’água.
Como podemos ver nesse e em inúmeros outros casos que ocorrem pelo país afora a justiça não funciona para o povo, apenas para a burguesia. E se em episódios raros a justiça decide contra os interesses dos donos do dinheiro e das armas esses últimos simplesmente deixam a justiça com a brocha na mão.
Ou seja, não devemos e não podemos confiar que instituições do estado burguês vão proteger o interesses dos trabalhadores do campo ou da cidade. Todo o aparato de repressão, inclusive a justiça e o ministério público, como já provado na operação lava jato é e será sempre usado contra os interesses daqueles que desejam que seus direitos democráticos sejam respeitados.
O único caminho para a vitória é constituição de comitês de auto defesa dos camponeses.