No dia 28 de setembro, uma nova ordem judicial de despejo foi dada contra o acampamento Tiago dos Santos da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), em Rondônia. Esse novo ataque do latifúndio contra os trabalhadores rurais acontece depois de quase dois meses da chacina que matou quatro camponeses de Nova Mutum Paraná, também em Rondônia.
O acampamento Tiago Dos Santos, novo alvo da operação latifundiária, abriga mais de 600 camponeses, todos organizados pela LCP.
Essa ordem de despejo, que contou com o uso de reforço policial, favorece o latifundiário e grileiro Galo Velho, o Antônio Martins, cuja propriedade tem mais de 57 mil hectares registrados em nome da empresa Leme Empreendimentos LTDA.
O tal Galo Velho é denunciado como proprietário ilegal de mais de 80 mil hectares de terras na região de Porto Velho, capital do estado.
Esse despejo é mais uma ação de perseguição do latifúndio contra um movimento camponês atuante no Brasil. Desde o golpe de 2016, a violência contra os camponeses só tem aumentado consideravelmente, sobretudo no estado de Rondônia, um dos mais violentos e onde o latifúndio predomina.
A LCP, muito atacada por esses criminosos latifundiários, é uma organização popular que surgiu após o Massacre de Corumbiara, em 1995, quando uma parte do movimento dos camponeses rompeu com o Movimento dos Sem Terra (MST) e conclamou os camponeses para uma luta pela reforma agrária radical.
No atual momento de crise do regime político no Brasil, que ver o aumento das práticas fascistas no campo aumentarem, além dos erros da esquerda em se aliar com essa direita bolsonarista para supostamente combater Bolsonaro, é de fundamental importância estimular e organizar a formação dos comitês de autodefesa dos camponeses. O armamento deles se faz urgente, pois os latifundiários, tradicionalmente armados, estão cada dia mais violentos e agindo de forma impune.
Além dessa estratégia de luta que são as formações dos comitês, é necessário denunciar a justiça burguesa como promotora da violência no campo. Promotora e conivente com a violência, a justiça burguesa reiteradamente permite os despejos e atua como um obstáculo para qualquer tentativa de promoção da justiça social no campo. Os despejos consolidam a concentração de terras e agem em prol dos latifundiários.