O subprocurador-geral Augusto Aras é o favorito para assumir a Procuradoria Geral da República (PGR) em setembro. Defensor do pacote anticrime do Moro, o general é a favor da criação de uma “equipe de perfil conservador” dentro da PGR e já inclusive deu o nome de algumas pessoas as quais ele pretende indicar para sua equipe, como por exemplo, Eitel Santiago de Brito Pereira, o qual destacou por ser “um homem maduro, um homem católico, um homem que, quando havia ainda alguma distinção entre direita e esquerda, poderia ser enquadrado num viés de direita”.
Arais também aproveitou a deixa para defender Bolsonaro dizendo que suas falas são mal interpretadas, a exemplo de quando disse que no Brasil não existe fome e quando chamou a região nordeste de “Paraíba”. Para legitimar tal defesa, Arais comparou Bolsonaro a si mesmo quando alegou que havia sido mal interpretado em algumas sentenças que disse no passado, sendo assim alvo de críticas que diziam, entre outras coisas, que ele faz parte do MST:
Editaram também um discurso meu numa audiência pública, no ano de 2018, versando sobre a criminalização dos movimentos sociais. Pinçaram o nome MST, como se eu fosse um defensor do MST. Certamente se eu fosse do MST eu estaria sentado no Supremo Tribunal Federal, eu não estaria me rebelando contra um estado de coisas que emerge exatamente do período em que o MST esteve criando situações de desconforto para os proprietários rurais.
Tal crítica veio por conta da recente aprovação da lei da criminalização da lgbtfobia pelo STF.
Ao ser questionado se ele considera o MST como um movimento social, Arais diz indiretamente que sim, porém deixa bem claro sua opinião sobre o mesmo:
Se representantes ou adeptos desses movimentos cometem crimes, atentam contra o patrimônio privado de qualquer pessoa, essas pessoas devem ser punidas civil e criminalmente. Podem até, no plano das invasões, serem repelidas pela legítima defesa da propriedade, que é uma excludente de criminalidade e pode eximir, no caso de morte, aquele que defende sua propriedade de eventual invasão e de qualquer cometimento de crime
Ou seja, o MST é um movimento do povo, porém, quando o povo não tem o que comer, não tem onde morar e se revolta com os latifundiários, eles podem ser recebidos à bala.
Como já dito, Augusto Aras é o favorito para ocupar a PGR. Essa é mais uma aparição de um general fascista no governo Bolsonaro, recheado e controlado por militares, rumo a uma maior retirada de direitos e repressão do povo.