O Ministério do Meio Ambiente, comandado pelo fascista, Ricardo Salles, anunciou nesta segunda-feira (29/03) a privatização da quinta unidade de conservação desde o lançamento do programa Adote um Parque, em fevereiro. O Programa, que reúne 132 unidades de conservação na Amazônia, representa 15% do bioma, todas abertas para “adoção” por pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras.
A nova entrega dos golpistas é do Seringal Nova Esperança, no Estado do Acre, com 2.500 hectares, pela Coplana (Cooperativa Agroindustrial). Esta é uma associação de produtores de cana da região de Jaboticabal, cidade do interior de São Paulo e pagará R$ 128 mil pelo período de 1 ano.
Este valor, que não pode ser dimensionado pela importância das terras entregues, é ridículo. Porém, o governo fasicsta de Jair Bolsonaro (sem partido), está levando à cabo estas chamadas parcerias para criar uma cultura de doação de pessoas físicas e de empresas para a “conservação” de áreas na Amazônia.
Um cinismo impressionante.
A ideia de incentivar que as empresas “adotem” uma Unidade de Conservação, foi criada para empresas poderem alugar por R$ 50,00 o hectare para as nacionais e R$ 70,00 para estrangeiras. Os compradores assumem a responsabilidade por ações de prevenção e combate ao desmatamento e incêndios florestais, bem como pelo monitoramento, infraestrutura e manutenção da Unidade.
Hoje, temos empresas imperialistas tomando posse de nossos territórios, tais como, o Carrefour (R$ 4 milhões), Coopcredi (R$ 170,4 mil), Genial Investimentos (R$ 151 mil), Geoflorestas (R$ 140 mil) e agora a Coplana (R$ 128 mil). Sâo desde monopólios de hipermercados, até empresas de especulação financeira e investimentos na Bolsa de Valores ou em imóveis. E, para piorar, na semana que vem, deve entrar no programa adotando uma unidade de conservação a construtora MRV, do empresário Rubens Menin, que também é dono do Banco Inter e do canal de notícias CNN Brasil.
Para finalizar é preciso lembrar que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) desmontou as estruturas de fiscalização e proteção ambiental. O próprio MMA sofreu cortes orçamentários, juntamente com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Na prática, o Estado brasileiro tomado pelos golpistas se desobriga de proteger o meio ambiente e as Unidades de Conservação, que foram instituídas por lei para a proteção da fauna, flora, recursos naturais e a biodiversidade.
É preciso que a esquerda, os movimentos indígena, quilombola e de luta pela reforma agrária se mobilizem contra a privatização das Unidades de Conservação. Impedir a entrega das riquezas nacionais e a expulsão dos povos indígenas de suas terras para os capitalistas, é a luta contra o imperialismo.