Terminado o terceiro ano de governo, Bolsonaro e um dos principais grupos de apoio ao governo, os latifundiários, aumentaram os ataques sobre os povos indígenas através dos desmatamentos e das invasões das suas terras.
Em 2021, só as reservas indígenas com os chamados povos isolados, são os grupos indígenas que evitam o contato com os outros grupos, em Rondônia estão entre as mais desmatadas.
Por exemplo, a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, situada no norte do estado, foi a que apresentou mais focos de incêndios, provocando um desmatamento de 340 hectares, equivalente a 3.400.000 m2 de floresta derrubada para pastagem ou destinada à grilagem.
Ao mesmo tempo a Terra Indígena Massaco, no sudoeste do estado entre os municípios de Alta Floresta D’Oeste e São Francisco do Guaporé, teve um aumento de 263% em relação ao ano passado. Um total de 12 hectares desmatados causado, sobretudo pela ação de grileiros, posseiros e garimpeiros.
Estas são apenas algumas das informações constantes do boletim anual do Sistema de Alerta de Desmatamento em Terras Indígenas com Registros de Povos Isolados (Sirad) realizado através do Instituto Socioambiental (ISA), disponível na pagina do instituto.
Na TI Uru-Eu-Wau-Wau, vivem povos de nove etnias com cinco delas classificadas como povos isolados. Ela abrange terras em 12 municípios rondonienses e maior parte está localizada em Guajará-Mirim.
Enquanto na TI Massaco estão a etnia “Massacos Isolados”. Segundo o Sirad, a região leste do território foi “totalmente tomada pelo desmatamento”. Com a possibilidade de piorar visto pela existência de cerca de cinco requerimentos em tramitação para a exploração de ouro e cassiterita nas imediações da TI.
Em entrevista ao site de noticias G1, a diretora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira, declarou que “Certamente coloca em risco a vida dos indígenas com risco de genocídio”.
A razão desta declaração advém da constatação que nos últimos aos ocorreu um “enfraquecimento dos órgãos públicos de fiscalização” que estimula a atuação dos desmatadores.
Uma clara comprovação da aliança entre Bolsonaro e os latifundiários às custas da ocupação das terras e ataques aos povos indígenas principalmente os menos acostumados com o convívio e interação com os grupos sociais.
A questão que se levanta é como fazer frente a estas ameaças? Da própria declaração da indigenista da ONG supracitada não se pode esperar uma mudança de atuação governamental uma vez que a esquerda pequeno burguesa desistiu dos atos Fora Bolsonaro e só esta preocupada com a disputa eleitoral que se avizinha.
Logo como proteger este grupo mais vulnerável, menos organizado e sem condições de se defende? É adoção de uma medida básica. A criação dos grupos de autodefesa indígenas.
Os grupos que gostam de atacar estátuas de bandeirantes seriam muito mais efetivos se exigirem e ajudarem na formação destes grupos de autodefesa. Ainda que esta forma efetiva de proteção indígena possa chocar alguns antropólogos defensores do total isolamento destes povos. Na verdade, eles ignoraram a ameaça que se impõem sobre estes povos indígenas mesmo os isolados frente ao avanço econômico dominado pelas regras do capital.
Com os grupos de autodefesa indígenas as condições de negociações com estes desmatadores se darão em outros termos e sem depender da boa vontade de um governo Bolsonaro.