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Imperialismo "ecológico"

Bancos europeus são os maiores financiadores das mineradoras

As instituições financeiras europeias e norte-americanas financiam mineradoras responsáveis por catástrofes ambientais e violação dos direitos dos povos indígenas.

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O imperialismo mundial procura se apresentar atualmente como ecologista, a favor de um “desenvolvimento sustentável” e preocupado com o desmatamento da Amazônia. Nada poderia ser mais falacioso. Não existe preocupação alguma com o meio ambiente e com os povos indígenas. O lucro é a única coisa que interessa ao capital financeiro que domina o mundo pela força.

Observa-se uma pressão política dos países imperialistas Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha e do bloco da União Europeia (UE) sobre os países atrasados no tema da preservação do meio ambiente. Os países atrasados, como o Brasil, são praticamente responsabilizados pelo avanço do desmatamento que efetivamente gera consequências no clima mundial. As acusações mal escondem que os verdadeiros culpados pela situação são os próprios acusadores. Neste caso, como em muitos outros, os verdadeiros responsáveis são aqueles que se escondem sob o manto de acusadores.

Os bancos alemães Deutsche Bank, Commerzbank e DZ Bank investiram mais de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,6 bilhões) em multinacionais do ramo da mineração que atuam no Brasil. A principal beneficiária dos investimentos foi a Anglo American, que recebeu US$ 627 milhões do Commerzbank.

A empresa suíça Glencore, a maior comerciante de commodities do mundo, recebeu US$ 59 milhões do Deutsche Bank. Por sua vez, a Rio Tinto recebeu US$ 50 milhões e a AngloGold Ashanti recebeu US$ 28 milhões. Esta última atua no território brasileiro há 200 anos e é a terceira maior produtora de ouro no mundo.

A canadense Belo Sun é composta de US$ 2 milhões de ações do Deutsche Bank. A Rio Tinto tem US$ 31 milhões desse mesmo banco alemão. Já o DZ Bank tem US$ 118 milhões na Anglo American e US$ 40 milhões na Rio Tinto.

Dados que constam no relatório produzido pelo Observatório da Mineração, do período de 2016 até 2021, apontam que 6 grandes investidores dos Estados Unidos colocaram US$ 18 bilhões em companhias acusadas de violações dos direitos dos povos indígenas na Amazônia.

A atuação das mineradoras financiadas pelo capital imperialista europeu e norte-americano é trágica para o meio ambiente e para os povos indígenas, contrariando na prática a tese do ecologismo do imperialismo. A Anglo American está sendo acusada de provocar problemas de saúde e escassez hídrica nas comunidades quilombolas de Conceição do Mato Dentro (MG). A empresa inglesa administra uma das 10 maiores minas de ferro do mundo e um minerioduto que sai de Minas Gerais até o Rio de Janeiro.

Na Zâmbia, país localizado no continente africano, a Anglo American é acusada de operar por décadas uma mina de chumbo que já causou a contaminação de milhares de mulheres e crianças.

Outras empresas mineradores estão envolvidas em projetos polêmicos pela sua capacidade de destruição ambiental e risco para a saúde das populações nativas. A Belo Sun tenta aprovar um projeto de exploração de ouro no Pará que pode impactar os povos indígenas. A Rio Tinto está envolvida em episódios de violação de direitos na Austrália e nos Estados Unidos. Recentemente, a AngloGold Ashanti foi responsável por um vazamento em Minas Gerais que causou a contaminação de um rio.

Os bancos europeus e norte-americanos (HSBC, Barclays, DZ Bank, Deutsche Bank, BNP Paribas e Credit  Agricole, ING, Rabobank, UBS e Credit Suisse) investiram, entre 2010 e 2017, R$ 25,8 bilhões para as mineradoras Vale e BHP. Estas foram responsáveis pelas duas maiores catástrofes ambientais da história do Brasil: o rompimento das barragens de Mariana (MG) e Brumadinho (MG).

As mineradoras aguardam por autorização do governo brasileiro para explorar minérios em terras indígenas e áreas de conservação ambiental. É importante destacar que elas financiam a campanha dos partidos burgueses no Congresso Nacional em troca do apoio para a exploração. Além disso, os capitalistas estrangeiros têm ligação com o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e com os governos estaduais e municipais.

A preocupação “ecológica” do imperialismo jamais passou de uma fachada.  A ideologia ecologista é uma cobertura retórica para passar uma imagem a determinados setores da sociedade, em geral às classes médias, enquanto se avança na tomada das terras indígenas, na devastação e destruição ambiental. Os desastres de Mariana e Brumadinho comprovaram que o capital imperialista é capaz de destruir cidades inteiras, matar milhares de pessoas, arrancar seus meios de sobrevivência e arrasar com a fauna e a flora em prol de seus interesses econômicos da ordem de bilhões de reais.

Não é segredo que as mineradoras financiam pistoleiros e incentivam a invasão das terras indígenas pelos garimpeiros.

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