Empresas privadas tem entrado em assentamentos da reforma agrária na região do Extremo Sul da Bahia para enganar famílias e vender títulos da terra falsos. A região possui assentamentos históricos do movimento dos trabalhadores Sem-Terra (MST) na Bahia e o objetivo dessas empresas, financiadas por políticos bolsonaristas locais, é roubar as famílias e destruir as áreas de assentamento e o movimento de luta pela terra.
Desde o ano passado, o assentamento Rosa do Prado, um dos assentamentos mais antigos da Bahia localizado no município de Prado, tem sofrido investida de empresas que alegam ter autorização do INCRA para fazer o título da terra para as famílias, mas que na verdade só estão interessadas no dinheiro das assentadas.
Uma delas é a empresa Rural e Cia, que possui endereço em Itamaraju, e está enganando as famílias de maneira descarada, não somente no Assentamento Rosa do Prado, mas em vários outros municípios da mesma maneira.
Essas empresas se utilizam de pistoleiros bancados com recursos de políticos locais, como o vereador bolsonarista Jorginho do Guarani (PSL) do município de Prado/BA, para cobrar valores absurdos de um serviço que é gratuito e garantido pelo INCRA, ameaçar as famílias que não querem aderir ao processo e realizar diversos atentados na área: matam animais, cortam energia elétrica, roubam roças, tudo para criar um clima de terror nos assentamentos.
O INCRA, órgão do governo federal que é responsável pela titulação dos lotes dos assentamentos, e que se encontra hoje sob a presidência de um general de extrema direita, tem incentivado essa ação, delegando a empresas privadas o “direito” de fazer o georreferenciamento das áreas de assentamento.
Esse processo, que é uma das etapas para a titulação, é que as empresas tem se utilizado para confundir e enganar as famílias assentadas com a promessa falsa de que vão emitir o título as famílias, porém desaparecem após extorquir o dinheiro das famílias e não entregam título nenhum, já que não possuem essa atribuição que é do próprio INCRA.
Trata-se de uma ação coordenada do governo golpista de Bolsonaro e empresas ligadas à latifundiários e empresários para destruir os assentamentos que foram conquistados pela luta organizada do MST.
Bolsonaro já destruiu o órgão (INCRA) e já paralisou totalmente a ação de vistorias em latifúndios improdutivos e a assistência técnica para os assentamentos. Agora em mais um ataque frontal aos movimentos de luta pela terra, está atacando os assentamentos já existentes com privatização através de fraudes e da titulação de terras.
A situação dos trabalhadores sem-terra está cada vez pior. É necessário denunciar a ação destas empresas e de políticos bolsonaristas locais e impedir que roubem o dinheiro dos trabalhadores.
Também é necessário derrubar Bolsonaro antes que seus planos sejam colocados em prática, e finalmente chegue à aprovação das leis que classifiquem o MST e outros movimentos de luta pela terra como organizações terroristas.