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Luta no campo

Após seis meses presos sem provas, militantes da LCP são soltos

Após seis meses presos sem provas, militantes da LCP são soltos

a lcp organiza a luta dos camponeses brasileiros pela terra

No dia 29 de novembro passado, a ABRAPO (Associação Brasileira dos Advogados do Povo) anunciou a soltura dos quatro militantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) que haviam sido presos ilegalmente há seis meses, na comarca de Vilhena (Rondônia/RO). Embora ainda condenados pela justiça, os companheiros Estefane, Ezequiel, Luis Carlos e Ricardo poderão cumprir o resto da sentença em regime semiaberto. Eles foram presos no dia 16 de maio de 2021 no acampamento Manoel Ribeiro (situado no município de Chupinguaia, e assim chamado em homenagem ao vereador Manoel Ribeiro, do PT/RO, assassinado em frente à sua casa, em dezembro de 1995, logo após o Massacre de Corumbiara). A prisão se deu em uma invasão ilegal da polícia ao acampamento. Os quatro camponeses foram, à época, ilegalmente autuados por “tentativa de homicídio, dano e depredação, esbulho possessório, associação criminosa e posse irregular de arma de fogo”. Segundo a LCP, “os policiais plantaram um revólver e cartuchos de espingarda entre os objetos apreendidos” como forma de “provar os crimes” e continuar sua tentativa de enquadrar o movimento camponês como “guerrilha terrorista”. Na verdade, foram apreendidos com os quatro militantes apenas “estilingues, fogos de artifício, bombinhas e materiais de trabalho camponês como botina, facão e canivete”.

A Liga dos Camponeses Pobres (LCP) é uma organização camponesa que surgiu alguns anos após o Massacre de Corumbiara, ocorrido em 9 de agosto de 1995 na fazenda Santa Elina, no município de Corumbiara/RO. Neste crime contra o povo brasileiro, 600 famílias foram barbaramente atacadas pela Polícia Militar (3° Batalhão de Vilhena e COE – Comando de Operações Especiais) e por bandos de pistoleiros a serviço dos fazendeiros da região; doze lavradores foram assassinados (entre eles uma menina de seis anos), vários desapareceram e mais de 350 homens, mulheres e crianças, foram presos e torturados, sofrendo ferimentos e humilhações físicas que geraram sequelas psíquicas e morais que perduram até hoje. Quando a assim chamada justiça brasileira finalmente proferiu sua sentença, no ano de 2000, a promotoria se aproveitou do fato de que dois policiais também haviam morrido no ataque aos camponeses para colocar dois ocupantes da fazenda no banco dos réus, ao lado de apenas12 agentes de segurança, embora o massacre tenha sido cometido por um pequeno exército de mais de 300 policiais e jagunços a serviço do latifúndio local. Do lado dos camponeses, saíram condenados Cícero Pereira Leite Neto (seis anos e dois meses de reclusão) e Claudemir Gilberto Ramos (oito anos e meio de prisão). Entre os PMs, foram sentenciados apenas os soldados Airton Ramos de Morais (18 anos), e Daniel da Silva Furtado (16 anos), e o então capitão Vitório Régis Mena Mendes (19 anos e meio).

O fato é que as arbitrariedades e os crimes cometidos pelo governo e pela polícia de Rondônia para prender, reprimir e assassinar os camponeses que militam na luta pela terra neste estado não conhecem limites. Somente entre os anos de 2015 e 2019, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), 64 pessoas morreram em Rondônia por causa de conflitos rurais – mais de uma vítima por mês. Ainda segundo a ABRAPO, houve outra chacina este ano no estado, no último dia 13 de agosto, quando o senhor Amarildo Aparecido Rodrigues e seu filho, Amaral José Stoco Rodrigues, foram assassinados com tiros, efetuados por policiais armados com fuzis, enquanto trabalhavam com suas foices em seu lote, no distrito de  Nova Mutum Paraná – um distrito de Porto Velho, a capital de Rondônia.

O DCO expressa toda a sua solidariedade e apoio político ativo aos sobreviventes do massacre de Corumbiara e aos militantes da LCP e de todos os movimentos que lutam pela reforma agrária e pelo fim do latifúndio no Brasil.

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