Cenas de um saque a um supermercado no bairro de Inhaúma na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro tomaram conta das redes sociais desde a noite do último sábado (16). O estabelecimento que pertence à rede Intercontinental Supermercados fica localizado na Estrada Adhemar Bebiano, 2212 (antiga Est. Velha da Pavuna) e foi invadido por uma multidão de pessoas que procuravam carregar sobretudo itens básicos de alimentação.
Uma equipe policial do 3º BPM Méier foi acionada para averiguar a situação, mas quando chegaram ao local os moradores envolvidos no episódio já haviam se dispersado.
O acontecimento marca mais uma vez a profunda crise capitalista do momento e figura como um reflexo direto do Golpe de Estado promovido em 2016 onde a carestia passou a ser uma dura realidade para milhares de famílias nas periferias do País.
Apesar disso, surgiram na mídia burguesa inúmeras teorias onde o desespero alimentar da população está sendo retratado como uma retaliação promovida por facções que disputam o controle do tráfico de drogas na região. A tentativa de mascarar a situação de miséria absoluta, onde inúmeras famílias se encontram , é um esforço diário dos monopólios de comunicação.
Também no Rio de Janeiro, que funciona como uma espécie de termômetro social tornou-se recorrente ver no noticiário que caminhões carregados com carne são saqueados por famílias de comunidades pobres da cidade. O produto virou artigo de luxo depois que os golpistas tomaram de assalto o controle do País.
Apesar do alarde da mídia capitalista é preciso deixar claro que ocorrências como esta, que envolvem a segurança alimentar dos trabalhadores e suas famílias, não devem ser criminalizadas pela esquerda, independentemente de ter havido “incentivo” por parte de qualquer facção.
Absolutamente ninguém que esteja de barriga cheia se submete a uma humilhação como esta. O fato é que o povo está disposto a fazer esse tipo de coisa, desesperada, justamente pelo tamanho da crise capitalista no Brasil e em praticamente todo o continente latino-americano.
Os reflexos do golpe ainda estão apenas no início e por enquanto a reação da população está sendo apenas contra gôndolas de supermercados. A revolta, para a tranquilidade de muitos, ainda não chegou à jugular daqueles que colocaram a população nessa situação a serviço dos EUA e demais imperialistas.
O objetivo final desta trupe não é apenas condicionar o povo brasileiro a miséria absoluta e sem precedentes, sua missão é entregar todo e qualquer resquício de soberania do Brasil, seja ela alimentar, econômica, militar ou territorial, aos capitalistas estrangeiros e, para isso, vão deixar a população padecer à mingua.
Nesse sentido, as eleições deste ano ganham também um fator decisivo, a fome. O projeto neoliberal inaugurado com a “Ponte para o Futuro” de Temer e elevado a ultima potencia com Bolsonaro e Paulo Guedes é o principal responsável pela situação de miserabilidade na qual os trabalhadores se encontram.
A derrota deste programa por vias eleitorais, no entanto, só é possível através da ampliação da campanha por Lula Presidente, única candidatura capaz de mobilizar a população entorno da derrubada das reformas antipopulares realizadas nos últimos anos e que ampliaram exponencialmente a crise social brasileira.