Dados da produção industrial mostram que houve queda na atividade de 0,7% em agosto comparado com o de julho. É o terceiro mês consecutivo de queda e configura situação de recessão no país.
A expectativa dos analistas era de queda de 1,2% a alta de 0,7%, conforme matéria do jornal golpista Estado de S. Paulo e os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As maiores quedas foram nos setores de química com 6,4%, petróleo e biocombustíveis 2,6%, farmacêuticos 9,3% e veículos com 3,1% de queda.
Nos últimos doze meses, o desempenho industrial acumula alta de 7,2% e no ano de 2021 alta de 9,2%. Comparado com fevereiro do ano passado está 9,2% abaixo do nível pré-pandemia. Comparado com maio de 2011, está 19,1% abaixo, no mês que registrou queda histórica.
O desmantelamento da cadeia produtiva leva a que três dos quatro setores mais importantes tenham aumento de preços de produção (custos), o desabastecimento de matérias primas e reduz a oferta de produtos no mercado.
O desemprego massivo dos trabalhadores pressiona para a redução dos salários e ainda precariza as condições de emprego, com salários menores. A inflação, por sua vez, reduz a renda dos trabalhadores, refletindo em menor consumo.
O setor industrial é quem produz a riqueza do país, que será repartida com os demais setores, de comércio e serviços. Este setor entrando em colapso, arrasta junto os demais setores.
A crise que se iniciou em 2008 e ainda não há previsões de recuperação, foi agravada pela pandemia e hoje temos um quadro extremamente preocupante. Para toda a sociedade? Não, apenas para os trabalhadores, pois as empresas e seus proprietários, a burguesia, se não ganham com a produção industrial, ganham no mercado financeiro. É noticiado pela imprensa que os 10% mais ricos aumentaram 10% a sua renda com crise e pandemia.
Os trabalhadores, ao contrário, amargam o desemprego histórico, a redução dos salários, perdas dos direitos previdenciários, sociais e trabalhistas. A riqueza produzida fica cada vez mais concentrada nas mãos de poucos burgueses e a fome e miséria ficam restritas à classe dos trabalhadores. É assim o mundo, quando alguém ganha é porque alguém perdeu.
Sem perspectivas de reversão das crises, os trabalhadores só podem contar com aumento da fome e miséria sem precedentes na história do Brasil e do mundo.
Esse não é um processo recente de desindustrialização, ele vem desde os governos de FHC e se aprofunda cada vez mais, ano a ano. O golpe de estado de 2016 aconteceu porque a burguesia queria e precisava arrancar o couro dos trabalhadores e o governo de esquerda não conseguiria fazer isso.
A saída era tirar aquele governo e instalar outro que fizesse o que o Temer e o Bolsonaro estão fazendo, vender o país para a burguesia imperialista, a preço de banana, com as privatizações dos Correios, da Eletrobrás e etc, reformas administrativas e tributárias.
Todas essas políticas têm por objetivo reduzir ao máximo a renda dos trabalhadores para assim manter os ganhos exorbitantes da burguesia.