O demagogo gestor do Estado de São Paulo, o “senhor” João Doria (PSDB), desde quando assumiu a prefeitura de São Paulo, se gaba de que seus amigos empresários fazem “caridade”, primeiro para a cidade de São Paulo e, agora, para o Estado de São Paulo.
Segundo Doria, ele teria articulado, desde que iniciou a pandemia de COVID-19, um comitê de “benfeitores” que, em um ano e meio, doaram, juntos, mais de dois bilhões de reais, com objetivo de combater a pandemia.
Doria reuniu seus 314 amigos empresários em setembro para fazer um balanço e declarou que as doações arrecadadas foram importantes para adquirir 11.282 respiradores para o estado, além de outros equipamentos hospitalares e treinamento de profissionais de saúde.
O governador tucano afirma ainda que esse dinheiro irá permitir a construção de uma nova fábrica de vacinas para o Instituto Butantã, o que é estranho, já que em 2020 Doria cortou verbas para o Butantã, e só voltou atrás devido à pressão que cientistas fizeram, a fim de que o Instituto Butantã, que já estava bastante sucateado, não afundasse de vez. Lembre aqui das peripécias do “científico” João Doria .
Além do Butantã, em 2019, Doria ameaçou fechar o laboratório da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp), responsável por exames para detectar câncer, atendimento de pacientes e pesquisa em cancerologia, que atua no atendimento e assistência pública há 45 anos. Em 2017, no primeiro ano de Doria como prefeito de São Paulo, ele tentou fechar cerca de 100 unidades de saúde, entre Unidades Básicas de Saúde e Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Ainda em 2017, Doria tentou fechar as farmácias das unidades de saúde, prometendo um programa para que as pessoas pegassem medicamentos em drogarias da rede privada. Nesta época, 12 indústrias farmacêuticas doaram 165 tipos de medicamentos, todos perto da data de validade, sendo que 35% destas medicações acabaram indo para o lixo. E não se pode esquecer das privatizações de órgãos ligados ao SUS, da primeira versão da PL 529, que incluía a FURP-Fundação para o Remédio Popular e novamente do Oncocentro, que fabrica próteses e realiza pesquisas relacionadas a câncer.
Também é importante salientar que os esforços concentrados para usar 200 milhões para a nova fábrica de vacinas do Instituto Butantã, é um esforço coordenado pela InvestSP e pela OS – Organização Social Comunitas.
A Comunitas é uma “think tank” que se define como “organização da sociedade civil brasileira que tem como objetivo contribuir para o aprimoramento dos investimentos sociais corporativos, e estimular a participação da iniciativa privada no desenvolvimento social e econômico do país”, cujos convênios com prefeituras vêm sendo questionados e tem até um contrato anulado pela justiça de Pelotas no Rio Grande do Sul. Essa Comunitas é administrada por uma corja de pessoas envolvidas na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), na Fundação Instituto de Administração (FIA), na Fundação Itaú, no BNDES. A presidente da Comunitas, Regina Célia Esteves de Siqueira, trabalhou no governo FHC de 1996 a 2002, como diretora de Projetos Especiais do Gabinete do Ministério da Educação (MEC).
Essa soma de dinheiro, que ninguém sabe realmente a procedência, e não se sabe na verdade para onde foi, financiou também a compra de cestas básicas para a população carente de São Paulo. Esse ponto também não combina com a ideia que a primeira dama Bia Doria tem em relação aos pobres, ela afirmou em uma conversa com a socialite Val Marchiori que acha errado dar comida ou roupas para moradores de rua, pois “a pessoa tem que se conscientizar de que ela tem que sair da rua” e muitos não querem assumir “responsabilidades”.
Mais uma palhaçada do gestor João Doria. Enquanto governador do Estado, sua obrigação é administrar o Estado com políticas públicas de verdade, poderia por exemplo taxar a burguesia e não receber caridade para o Estado. Todo mundo sabe que quando a burguesia faz caridade ela está lavando dinheiro e driblando o imposto de renda. A demora na tomada de decisão, a compra atrasada de vacinas, a escolha da vacina, tudo isso fez com que o Estado de São Paulo tenha o infeliz número de mais de 100 mil mortos por COVID-19. João Doria é responsável pela morte de mais de 100 mil paulistas!