A imprensa burguesa tem noticiado que o Balanço Contábil dos Correios apresentou lucro de 1,53 bilhão de reais. O patrimônio líquido subiu para 949,7 milhões em 2020, quase um bilhão de reais. O capital social, no final do ano passado atingiu 3,382 bilhões e integralmente pertencente à União, ao povo brasileiro.
E em março o governo Bolsonaro publicou um decreto presidencial, e entregou pessoalmente no Congresso, incluindo a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), os Correios, na lista de privatizações com quebra do monopólio estatal e abertura do setor postal à iniciativa privada.
É a lógica do capital, lucrar o máximo possível, e através da política neoliberal entregam o lucro das estatais ao capital privado imperialista. É a prova da subserviência ao imperialismo.
Com a abertura do capital da empresa, pagam aos acionistas os dividendos, repartindo os lucros do estado com os acionistas privados. Como os Correios já montaram toda a infraestrutura das entregas, onde é possível entregar qualquer coisa em todos os lugares do país, as empresas que entrarem no negócio gozarão das vantagens dessa estrutura.
Mas será que as empresas privadas irão manter a tarifa vigente? Os custos para envio de correspondências e mercadorias de um extremo ao outro do país interessa a essas empresas? Ou será cobrada tarifa superior?
Apostamos que vai aumentar a tarifa, é o que sempre ocorre após as privatizações, como no caso da energia elétrica, de telefonia e internet que sofreram uma enorme elevação dos preços. O aumento de preço eleva a receita da empresa, ao mesmo tempo que reduz a capacidade de compra da população.
Ainda em campanha eleitoral o atual presidente golpista afirmou que privatizaria tudo. A ameaça da entrega do patrimônio público paira sobre os Correios,a Petrobras, a Eletrobras, portos, ferrovias como a CBTU, e assim o que é do povo vai sendo transferido para os capitalistas para garantir altos lucros para eles.
Em contrapartida, os trabalhadores são demitidos, perdem os benefícios trabalhistas e previdenciários, perdem as conquistas de décadas de lutas nos acordos coletivos, ficam sem atendimento médico mesmo com a pandemia, tem o salário reduzido em plena crise econômica e da pandemia. Só um lado perde, o outro continua acumulando riquezas em nível cada vez maior.
É preciso acabar com esse jogo de cartas marcadas, onde através do estado burguês, os direitos e renda dos trabalhadores são arrancados brutalmente e transferidos para o capital. Para isso é necessário que os trabalhadores e o povo em geral saiam às ruas e lutem em defesa das empresas públicas, os salários perdidos, a saúde perdida, os empregos perdidos e até mesmo o direito à vida que está em questão com o avanço da pandemia com quase meio milhão de mortes.