O IPCA — Índice de Preços ao Consumidor Amplo – é o índice oficial da inflação. É o indexador oficial do País, corrige salários, aluguéis, poupança, e baliza o aumento de preços na economia. No último mês de outubro, esse índice atingiu uma marca histórica: foi o pior mês de outubro em quase 20 anos.
Nos anos do Governo Fernando Henrique Cardoso este índice oscilou entre 5 e 9%, chegando, em 2002 a 12,53%.
Nos anos dos governos Lula e Dilma (2003 a 2011) variou entre 3 e 6%.
Após o golpe, em 2014 o índice teve um aumento súbito, chegou a 10,67% em 2015. A partir daí, vem se mantendo em torno de 4 a 6% ao ano.
Em 2021, no mês de outubro, o índice voltou a subir muito, atingindo, no cálculo anualizado, 10,67%. Porém este aumento se dá num quadro de desemprego altíssimo, achatamento salarial e precarização dos vínculos de trabalho.
O IGPM, outro índice importante da economia brasileira, é medido pela Fundação Getúlio Vargas, usado para reajustar contratos de aluguel e algumas tarifas como energia elétrica. Assim como o IPCA, pode ser calculado mensalmente nos últimos 12 meses, somando os índices mensais. No ano está em 16%, mas tomando-se um mês como maio (de junho/20 a maio/21) atingiu 37%, isto se explica pelas variações mensais. Agora, como ficam os reajustes de aluguel com estes índices?
Hoje, a fome grassa no País, onde se veem as filas de pessoas para pegar ossos de boi para se alimentar. Este quadro é semelhante ao observado nos governos Fernando Henrique Cardoso, em que a fome se tornou trágica e mundialmente conhecida, e a mortalidade infantil subiu a níveis insuportáveis.
Este quadro reflete a política de desindustrialização do País, iniciada no governo Fernando Henrique Cardoso e acentuada neste período pós golpe de 2016: saque das riquezas nacionais como o petróleo, destruição das reservas florestais, saque desenfreado das fontes de minérios em todo o País, disparada do preço do dólar (desvalorização cambial) para favorecer a agroindústria exportadora de soja e carne bovina.
Este quadro é exatamente a proposta idealizada pelos teóricos do neoliberalismo, da entrega das riquezas nacionais levando à dependência do País.