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Capitalismo e pandemia

Governo Bolsonaro mantém desemprego superior a 14%, diz IBGE

Número é o pior do período, na série histórica que existe desde 2012 e mostra uma condição explosiva da situação no País

O desemprego aumenta a olhos vistos desde o golpe de Estado. Em 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do trimestre de novembro a janeiro último. O resultado é de uma taxa de desemprego da ordem de 14,2%, o que equivale a mais de 14 milhões de brasileiros.

É a maior da série histórica iniciada em 2012. São cerca de 14,3 milhões de brasileiros nesta condição. Considerando também os desalentados e trabalhadores informais, que não entram nesse cálculo, chega-se a aproximadamente metade da população.

As pessoas devem estar se perguntando como é que 14,2% corresponde a metade da população? A resposta é simples. Acontece que o IBGE considera desempregado apenas as pessoas que continuam a procurar emprego, excluindo os que desistiram de procurar por não encontrar alguma vaga por muito tempo e acabam arrumando um bico, vão vender coisas nos semáforos, nos trens, ou os em idade mais avançada que o mercado não aceita mais, empregadas domésticas sem registro em carteira, etc.

Aliás, estes que têm emprego informal, são considerados desalentados, que desistiram de procurar emprego, por precisar se alimentar e à sua família também, e estão fora das estatísticas. Não por acaso, com esse artifício a taxa de desemprego fica maquiada e mostra apenas pequena parcela da população nessa condição. 

Conforme os dados da pesquisa, o número de ocupados subiu 2% em relação ao trimestre encerrado em novembro. São 1,7 milhões a mais de pessoas ocupadas e chega a 86 milhões nessa condição. 

Esse aumento teve influência dos meses de novembro e dezembro, onde tradicionalmente as festas de fim de ano fazem elevar o consumo e produção, e assim a ocupação. E ainda que esse crescimento teve influência também dos ocupados sem carteira assinada no setor privado, que cresceu 3,6 % em relação ao trimestre anterior, e corresponde a 339 mil trabalhadores.

Os trabalhadores por conta própria sem CNPJ cresceram 4,8% e são 826 mil. Esses e os ocupados no setor privado sem carteira assinada são os que mais contribuem para o crescimento da ocupação, segundo a pesquisa. Já os desalentados cresceram 2,3% em relação ao período anterior e a pesquisa considerou que é uma situação estável e são 5,9 milhões de pessoas, o maior número desde o início da série histórica em 2012.

Mas na comparação com o mesmo período do ano anterior, representa crescimento de 25,6%. São 1,2 milhões a mais nos 4,7 milhões apurados em 2012. Portanto, temos hoje 5,9 milhões de trabalhadores nessa categoria. 

Somando-se os trabalhadores que continuam a procurar emprego com os que desistiram de procurar, os desalentados, e os que vivem de bico, há cerca de 90 milhões de pessoas, quase metade da população, hoje estimada em 211 milhões no Brasil.

Não é por outro motivo que os dados oficiais procuram mostrar apenas uma parte das condições de vida dos trabalhadores. É uma manipulação que o governo federal, golpista e genocida, impõe ao IBGE, procurando ocultar da população a verdade, na tentativa de mostrar que a realidade não estaria tão ruim assim.

Na prática, sabe-se que grande parte da população está desempregada, sem dinheiro sequer para se alimentar, em meio à enorme pandemia e crise econômica, correndo o risco de infecção pelo coronavírus e suas novas variantes ainda mais perigosas, sem receber auxílio emergencial, sem leitos, respiradores, UTIs, medicamentos, com os profissionais de saúde tendo que escolher quem vai ser deixado para morrer.

A manipulação dos dados do desemprego, neste sentido, é uma política para ocultar a crise. Uma tentativa de justificar a omissão dos governos, que não adotaram (e não adotam) nenhuma medida para que os trabalhadores sobrevivam à crise capitalistas e ao coronavírus.

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