A política energética do Brasil pós Golpe de Estado de 2016 é a de levar a cabo a destruição de todas as empresas ligadas ao setor no país. O desmanche iniciado com Michel Temer (MDB) é seguido à risca por Bolsonaro (ex-PSL) e os militares que comandam todas as empresas de energia ligadas ao Estado.
Os golpistas agora levarão a Usina Hidrelétrica de Itaipu em Foz do Iguaçu no Paraná a sua menor geração de energia em 26 anos de existência. Nada é por acaso. A destruição em escala da indústria nacional patrocinada pela imperialista Operação Lava Jato provocou um retrocesso gigantesco na atividade produtiva do país o que levou imediatamente a uma menor necessidade de produção energética.
A baixa oferta de energia se reflete no aumento dos preços ao trabalhador que viu os preços do kWh dispararem nos governos golpistas. Desde o dia 1º de setembro, vigora uma bandeira tarifária na conta de luz dos brasileiros que foi batizada de “bandeira de escassez hídrica”. Nela é cobrada uma taxa extra de R$14,20 para cada 100 kWh e os valores devem ficar assim até abril de 2022.
Há inclusive a suspeita de que os reservatórios e barragens possam ter sido esvaziados propositalmente para ocasionar a crise atual e assim justificar a elevação dos preços e consequentemente do lucro recorde dos acionistas das grades companhias de eletricidade. Estas mesmas companhias estão se apoderando da Eletrobrás, uma empresa pública de geração e distribuição de energia que está sendo vendida em fatias pelos golpistas.
A usina de Itaipu é simplesmente a segunda maior usina em capacidade de geração de energia no mundo, perdendo apenas para a usina chinesa de Três Gargantas, e por ordem dos golpistas produz atualmente muito aquém do que poderia.
Desde janeiro a hidrelétrica gerou 52,8 milhões de megawatts, o número já é 15% menor em comparação ao ano anterior que já havia registrado a pior produção de energia da história desde que as 20 turbinas da usina passaram a operar juntas. Antes do golpe a Usina de Itaipu produzia quase 100 milhões de megawatts por ano. De lá sai 90% da energia consumida pelo país vizinho Paraguai.
Teoricamente a ordem para segurar a produção de energia pela usina vem do chamado Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A justificativa seria a necessidade de manter a água represada no reservatório para caso seja necessária acionar a capacidade total da usina num momento crítico.
“Itaipu pode ser demandada para que saia com a produção x para 2x em questão de no máximo 10 minutos. Então podemos restabelecer a energia, se houver um problema em alguma região que seja grande consumidora”, diz o militar golpista e diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, General João Francisco Ferreira.
A destruição de Itaipu fornece um quadro bastante preciso do Brasil que está sendo produzido pelos golpistas: um país em retrocesso, em vias de se transformar em uma grande fazenda, sem indústrias, onde nem mesmo a energia elétrica deve ser vista como prioridade de seu povo.