A poupança deveria ser um recurso para a população em geral utilizar no caso de um investimento na casa própria, um automóvel, estudos ou coisas desse tipo. Porém, com a crise generalizada agravada principalmente após o golpe de 2016, a população se vê na necessidade de utilizar o dinheiro guardado na poupança para gastar com despesas básicas como alimentação e moradia.
Devido a inflação, taxa de juros e desemprego generalizado, os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em 40,4 bilhões no primeiro trimestre de 2022, configurando a maior retirada de recursos desde 1995.
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada está em 12,13%, os juros ao ano são de 12,75% e o desemprego atinge 11,9 milhões de brasileiros. A rentabilidade da poupança também está em baixa, rendendo apenas 5% ao mês, consequentemente, 6,17% ao ano.
Dessa maneira, a poupança acaba gerando prejuízo para a população, que sofre com a inflação e com a falta de aumento salarial. Os dados estão de acordo com o levantamento realizado pela Ambima (Associação Brasileira das Entidades e dos Mercados Financeiro e de Capitais) e pelo App Renda Fixa.
Robert Wagner, presidente do App, ainda afirma: “Um país com inflação e taxas de juros de dois dígitos torna outros tipos de ativos muito mais interessantes para quem tem um pouco mais de capital ou acesso a outros tipos de investimento.”
Tal afirmação não leva em consideração a maioria do povo brasileiro, que confia na poupança como uma maneira segura de guardar o pouco dinheiro que conseguem acumular e não podem se dar ao luxo de embarcar em aventuras financeiras propagandeadas principalmente por gerentes de banco e pequeno-burgueses iludidos. Quem saca dinheiro da poupança para comprar comida não é o investidor ou o empreendedor, mas sim o trabalhador explorado que luta para não cair em uma situação de total miséria.
Todo esse panorama de crise contínua foi agrava após o golpe de 2016 e teve grande escalada no período da pandemia, já no governo do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. O golpe sempre teve como maior objetivo acelerar as políticas neoliberais, que visam a entrega total da economia nacional para as mãos do capital imperialista e a retirada dos direitos dos trabalhadores.
A imprensa golpista sempre procurou mostrar essas medidas criminosas como uma possibilidade de avanço para a economia do país e uma melhora no modo de vida da população. Entretanto, vemos por essa situação a consequência real desses atos na vida do trabalhador brasileiro.
A população precisa mais do que nunca se mobilizar em torno da campanha por Lula presidente e expulsar toda a interferência golpista que tenta se instalar cada vez mais em sua candidatura. Esse é o único caminho para barrar as políticas neoliberais e recuperar a economia nacional.