O conglomerado financeiro Itaú S/A anunciou na imprensa o lucro líquido do 2º trimestre de 2021 como sendo de 3,5 bilhões de reais. O montante é 487 % superior ao mesmo período do ano anterior, e o principal responsável pelo resultado é o próprio banco.
Os donos do Itaú justificam que os resultados são consequência da “recuperação da economia” e dos “efeitos fiscais extraordinários”, aumento das receitas pela Alpargatas, Dexco (ex Duratex), NTS de transporte de gás e da XP que sozinha representou 2,9 bilhões de reais, sendo o dobro do resultado dos últimos doze meses.
O banco ainda investiu 2,6 bilhões de reais na empresa Aegea Saneamento, que foi a que venceu a licitação de privatização da Cedae, empresa estatal de saneamento do Rio de Janeiro.
Considerando que em 15 de julho foi sancionada uma lei que aumenta impostos sobre o lucro líquido dos bancos, de 15% para 20%, e que a recuperação da economia é pura balela, o que fica patente é que o Estado capitalista sempre encontra um jeito para salvar os bancos, por pior que esteja a situação econômica. A crise se aprofunda e continua castigando o povo trabalhador, aumentando a renda dos 10% mais ricos, enquanto o desemprego e a fome aumenta do outro.
Para os trabalhadores, o aumento não é nos ganhos e sim nas perdas. A inflação bate recorde, na casa dos 7% oficial, — na prática é muito superior a isso.
O desemprego está em níveis assustadores: os dados oficiais são de 14,7%, que na verdade representa apenas os que teimosamente continuam procurando emprego em meio à crise da economia e da pandemia. Os que já desistiram não entram nos cálculos, os que estão fazendo bicos, Uber, vendendo produtos nos faróis também não. Somando todos eles chegamos tranquilamente a metade da população desempregada.
Ainda soma-se a redução dos salários por conta da redução da jornada de trabalho, perda de direitos trabalhistas e previdenciários, de atendimento médico seja pelo Estado seja pelos planos oferecidos pelas empresas e o aumento das mensalidades dos planos de saúde privados.
No capitalismo, ainda mais em tempos de crise e sob governos de direita, é assim: fazem tudo para salvar os empresários e para isso retiram tudo que podem dos trabalhadores.
Por isso, é necessário e imperioso que os trabalhadores saiam para as ruas em protestos, como os que ocorrerão em 18 de agosto próximo, atendendo ao chamado da CUT, sindicatos e dos partidos da esquerda combativa, para destituir de uma vez por todas o governo Bolsonaro e todos os golpistas.