Conforme já noticiado neste jornal, o candidato do PSDB, João Doria, venceu as convenções internas do PSDB com muitos poucos votos da militância e a maioria dos caciques do partido. O processo eleitoral foi marcado por ineficiência do aplicativo adotado e a presença de poucos militantes na votação, e ainda o peso dos votos dos não caciques, a base, com pesos muito inferiores aos dos caciques.
No discurso de vitória, prometeu, se eleito, repetir as ações do FHC nos anos oitenta, que marcou a história do país com muitas privatizações, Vale do Rio Doce – a Vale, Telebrás em processos marcadamente fraudulentos e que poucos recursos foram angariados pelo estado brasileiro. A promessa era privatizar para melhorar as condições do estado na gerência do país.
A consequência foi que as coisas pioraram muito, a dívida pública evoluiu de R$ 153,2 bilhões em 1994 para R$ 850 bilhões em 2002, a fome avançou demais, com crianças morrendo de fome aos montes. Isso levou a que Herbert de Souza, o Betinho, criasse o programa “fome zero” com arrecadação de doações vindas da sociedade, e depois encampado pelo posterior governo do PT, o Lula, com o nome de Bolsa Família, e que hoje o governo Bolsonaro fechou de vez.
Como o Doria anuncia fazer um governo igual ao do FHC, fica claro que a Petrobrás vai ser uma das primeiras a serem entregues à iniciativa privada, como quer a burguesia. Não é por outro motivo, é que o petróleo é a principal riqueza nacional e muito disputado no mundo inteiro, causando inclusive guerras entre o imperialismo e as nações que se recusam a entregar essa riqueza ao imperialismo.
O próximo passo seria privatizar os portos, rodovias e ferrovias. As Companhias Docas e autoridades portuárias, segundo estimativas de investidores e dos setores produtivos, deverão obter R$ 16 bilhões de investimentos só na primeira fase, e apenas em três portos, o de São Sebastião, Espírito Santo e Santos. Lembrando que isso são estimativas e como a experiência já demonstrou, é provável que não aconteça.
Esse montante é equivalente ao que as empresas públicas deixaram de investir entre 2000 e 2020 e só conseguiram realizar apenas 30% do orçamento previsto. Os dados são da CNI (Confederação Nacional da Indústria) noticiado no jornal Uol economia.
Segundo o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a iniciativa é a busca pela abertura dos portos, “ao capital estrangeiro” (grifos nossos). É preciso lembrar que os portos, na quase totalidade de países, é uma atividade exclusiva do estado, além de ser de estratégico nas políticas de desenvolvimento nacional.
Como já demonstrado anteriormente, as privatizações serão outro desastre para a economia, basicamente o povo trabalhador, com a desculpa de aliviar as dívidas do governo, acaba que elas aumentam desenfreadamente. Exemplo da Vale e da Embratel. No caso da Vale foi vendida por R$ 3,3 bilhões quando seu faturamento anual era de R$ 2 bilhões. A Embratel foi entregue por R$ 8,8 bilhões e o governo FHC havia investido anteriormente R$ 21 bilhões.
O caso é que a imprensa, que é toda ela burguesa, faz uma enorme campanha enganosa para a população, dizendo que foram arrecadados milhões e na verdade os valores contabilizados deixam claro que foi um ótimo negócio para os compradores, deixando o estado ainda pior do que estava antes. Puro marketing enganoso para iludir o povo.
Novamente agora a terceira via, neoliberal como o FHC, vem com a mesma história de que é preciso privatizar para melhorar a condição do estado. E novamente transferir o patrimônio do povo para a iniciativa privada, à custa novamente de mais fome e miséria para o povo e enriquecendo ainda mais a burguesia capitalista.
Tudo isso é prova contundente da morte iminente do estado burguês no Brasil e nos demais países, inclusive nos EUA e Europa. Diante da possibilidade de morte súbita, o imperialismo está tirando tudo que os trabalhadores conseguiram com muita luta, mortes e ferimentos sofridos pelo braço armado do capital, as forças policiais e militares, que atacam ferozmente os trabalhadores que estão tentando sobreviver no verdadeiro inferno que é o capitalismo para eles, mas que é um paraíso para os capitalistas burgueses e imperialistas.
Diante de tamanho ataque aos direitos dos operários, estes precisam se organizar em conselhos populares nos bairros, empresas e escolas. Elaborar um plano de luta e de reivindicações e ir para as ruas e gritar aos quatro cantos do mundo pela sua libertação de tanta opressão, fome e miséria. Uma completa escravidão. É hora de deixar as ferramentas quietas e ir à luta contra os opressores burgueses até a vitória final. Uma terra sem amos, a internacional socialista.