As constantes revisões pessimistas do nível de atividade econômica para o próximo ano indicam que o desemprego deve continuar em alta este ano e também no próximo, e só em 2023 a expectativa muda para uma posição parecida com a anterior à pandemia, que era de desemprego na faixa de 11%.
Somando-se os desempregados, os desalentados e outras categorias de subemprego os números são assustadores. Cerca de metade da população está desempregada, e assim continuarão até 2023.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegaram ao resultado de 14,6 % da população desempregada. Isso equivale a 14,8 milhões de pessoas, que somadas com os subutilizados chega a 32,9 milhões.
O Boletim Focus do Banco Central informa o mesmo, que o desemprego continuará em alta até 2023. A expectativa de crescimento do PIB para 2021 é de 5,27% e para 2022 de apenas 2,0 %, quando já foi de 2,5%.
Outras instituições são ainda mais pessimistas, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) que aposta em 1,9%, o Banco Itaú em 1,5% e o MB Associados em 1,4%.
As eleições, ao modo como estão, afetam negativamente a estabilidade política. Com a sociedade extremamente polarizada e o Bolsonaro criticando a confiabilidade das urnas eletrônicas, com toda razão, e ainda o confronto entre ele e o Supremo Tribunal Federal, causando maior instabilidade ainda.
O presidente ainda culpa os governadores pelo desemprego devido à política de isolamento social, que apesar de pequena, é citada como principal responsável pela baixa ocupação da força de trabalho. Enquanto isso, o IBGE informa que nos trimestres encerrados em abril e maio a taxa de ocupação dos trabalhadores estava em 57% e que antes da crise era de 61,5 % em média.
A elevação da taxa básica de juros, que a previsão é de fechar o ano em 7,5%, diminui a atividade econômica e colabora para o desemprego.
Outro dado apontado pela matéria do jornal Folha Uol, é que a nova variante do vírus deverá manter as coisas como estão ou ainda piorar, que a única certeza é que alguns setores não voltarão ao que eram antes da pandemia e da crise.
E que a economia voltou a algum grau de recuperação nos países que vacinaram a população massivamente, o que não ocorreu aqui no Brasil. Então estaremos em desvantagem em comparação com os países desenvolvidos que por força dos monopólios adquiriram a quase totalidade das vacinas produzidas, e o pouco que sobrou pode chegar aos países em desenvolvimento e mais pobres.
A política neoliberal foi desenvolvida para tentar dar sobrevida ao capitalismo, a partir do momento que a crise de 1974 novamente colocou em xeque o próprio sistema. Essa política não é para amenizar as distorções causadas na sociedade, mas sim para manter as taxas de lucro em nível adequado para a sobrevivência do sistema.
Ela causa na sociedade uma gigantesca transferência de renda da classe trabalhadora para a classe empresarial burguesa, sobretudo à grande burguesia. O empobrecimento dos trabalhadores e do povo em geral é notório para quem anda pelas cidades no Brasil e em todo o mundo. O aumento dos moradores de rua cresceu vertiginosamente desde os anos 80, e com a pandemia chegou a níveis catastróficos.
São sempre os trabalhadores que pagam as contas das crises provocadas pelo imperialismo, os donos dos países. A miséria e a fome crescem a olhos vistos tanto nos países pobres quanto nos ricos, e se nota pela quantidade de moradores de rua, sempre crescente.
Entre esses marginalizados pelo sistema, a fome e a miséria chegam aos céus. Sem banheiro, água, comida, só sobrevivem pela caridade dos que passam, quando podem dar alguma coisa. A humilhação é muito violenta contra aqueles que o sistema resolveu que não servem mais para serem usados pelas empresas.
Com tanta tecnologia desenvolvida o sistema não conseguiu até agora resolver o problema da fome no mundo, não por falta de recursos, mas por opção pelos lucros crescentes. Não se sensibilizam com homens, mulheres, crianças e velhos vivendo como indigentes pelas ruas.
É necessário que os desempregados se unam em conselhos populares, com os sindicatos, e lutem pelos seus direitos, inclusive de ter emprego, junto aos trabalhadores que poderão ser os próximos a estar na mesma situação, já que não há previsão de retomar o crescimento da economia. Então companheiros desempregados, juntem-se à luta dos demais trabalhadores que estão em situação lastimável de vida, e a situação só poderá melhorar com o fortalecimento do movimento dos trabalhadores nas ruas até o fim do governo genocida e fascista.