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Fila para comer osso

Bolsonaro e golpistas fazem a fome se alastrar pelo País

Cenas bestiais são expressão do golpe em curso

Os mesmos jornais canalhas que toda semana falam que a economia “não está tão ruim assim” estamparam ao longo da última semana cenas chocantes sobre a situação da fome no Brasil. Talvez a que mais tenha chamado a atenção seja a de um caminhão com restos de carne e ossos na Zona Sul do Rio de Janeiro, que logo foi tomado por pessoas que esperavam desesperadamente por algum alimento.

Os populares contam com a ajuda do próprio motorista do ônibus, que, sensibilizado pela situação, já fez de sua rotina parar às terças e quintas-feiras para recolhem alguma sobra de alimento. Ou melhor, alguma carcaça. Como denunciam os próprios moradores, os caminhões sequer são frigoríficos, o que logo deixa a carne apodrecida e com um odor desagradável.

“Não vejo um pedaço de carne há muito tempo, desde que a pandemia começou. Esse osso é a nossa mistura. Levamos para casa e fazemos para os meninos comerem. Sou muito grata por ter isso aqui”, diz ao jornal Extra Denise da Silva, de 51 anos, recém-viúva que precisa manter sua família. Ela sai da Baixada Fluminense às terças e quintas e percorre 33 km de trem e mais 3 km a pé em busca das pelancas para não morrer de fome. 

“Tem dias que chego aqui e tenho vontade de chorar. Um país tão rico não pode estar assim. É muito triste as pessoas passarem por essa situação. O meu coração dói. Antes, as pessoas passavam aqui e pediam um pedaço de osso para dar para os cachorros. Hoje, elas imploraram por um pouco de ossada para fazer comida. Duas ou três pessoas em situação de rua passavam aqui e levavam. Hoje, tem dia que tem umas 15 pessoas”, conta José Divino, motorista do caminhão que retira os restos dos mercados.

Essas cenas, infelizmente cada vez mais comuns, são um retrato da devastação pela qual o País passa. Devastação essa que não está perto de terminar: é o resultado necessário da política dos banqueiros, a política neoliberal. O povo passa fome por causa dos índices altíssimos de desemprego — que, embora maquiados pelo IBGE, que divide os desempregados em mil e uma categorias, já atinge cerca de 90 milhões de famílias. O desemprego, por sua vez, é resultado da destruição da economia: estão privatizando todas as empresas públicas, quebrando a indústria nacional, fechando as montadoras e levando quase todo o comércio à falência.

Cresce a fome. Às ruas por Fora Bolsonaro e demais golpistas - Análise Sindical nº 112 - 29/09/21

Para quem está empregado, no entanto, a situação não é, nem de longe, tranquila. Com os direitos trabalhistas rasgados, a classe operária se joga em jornadas de trabalho intermináveis, sem direitos à férias, aposentadoria e qualquer seguro previdenciário. Quando enfim recebe o salário no fim do mês — isto é, se não levou calote do patrão —, depara-se com uma inflação astronômica nas prateleiras dos supermercados. Mais dia, menos dia, acaba sendo demitido por Whatsapp.

São ao menos 116,8 milhões de brasileiros passando fome, vivendo, segundo a Rede Brasileira de Pesquisas em Segurança Alimentar e Nutricional, sem acesso pleno e constante a alimentos. Desde 2018, ano em que Bolsonaro chegou ao poder (apoiado por aqueles que hoje dizem o combater), esse índice aumentou em 54%. Desse total, 19,1 milhões estão em um “quadro de insegurança alimentar grave” ─ representando 9% de toda a população do País.

O Brasil que está sendo destruído para os brasileiros é o Brasil que está sendo construído para os banqueiros. É a famosa “ponte para o futuro” de Michel Temer: um país construído sobre o cadáver de seu povo, que sirva apenas para que uma ínfima minoria continue enchendo os seus cofres. Uma minoria, inclusive, que sequer mora no Brasil: é a maior operação de pilhagem já vista na história desse país.

É por essas e outras que fica claro que o golpe de Estado de 2016 não foi o resultado de uma rixa pessoal de Eduardo Cunha e Dilma Rousseff, nem um “golpe palaciano”, como diz o PSTU, muito menos o triunfo da “luta contra a corrupção”, como crê o PSOL. É o resultado de uma ofensiva brutal do imperialismo contra todos os povos do planeta, com o objetivo de saquear todas as riquezas e todo o patrimônio do povo, nem que, para isso, seja necessário bestializá-lo e transformá-lo em animais selvagens.

A única maneira de impedir a destruição do país em curso — e, portanto, a transformação do brasileiro em uma besta selvagem — é livrando-se desses parasitas que estão em guerra contra o povo. A guerra já está acontecendo, cabe ao povo declará-la: às ruas contra a direita golpista! Fora Bolsonaro, PSDB, BolsoDoria e barões da fome! Mobilizar a população nos bairros contra a pandemia e contra a crise econômica!

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