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É preciso sair às ruas

Bolsonaro e a direita golpista estão matando o povo de fome

Com a população cada vez mais pobre, a fome se alastra pelo país

O último mês foi marcado pelas diversas notícias retratando o nível de miséria cada vez maior da população brasileira. Somado às recentes decisões do governo federal que anunciou uma nova reforma administrativa, com também a entrega de duas das principais estatais brasileiras e cortes dos direitos trabalhistas, o estado de fome se alastra rapidamente em todo o país.

A fila da fome

No dia 19 de julho, uma notícia espantosa ganhou grande repercussão. Em uma reportagem divulgada pela própria imprensa golpista, dezenas de trabalhadores foram vistos em uma grande fila, esperando receber os restos de ossos de um açougue em Cuiabá (MT). Os ossos não seriam usados para animais nem como uma forma de preparo de alguma refeição, mas sim como única maneira de alimentação destas pessoas.

As razões desta situação estão diretamente ligadas ao forte empobrecimento que sofre o trabalhador brasileiro, assim como ao rápido aumento da inflação. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), por meio da divulgação da Pesquisa Nacional de Cesta Básica de Alimentos realizada no mês de julho, 15 das 17 capitais pesquisas tiveram um aumento significativo no preço da cesta básica.

A cesta básica mais cara do país foi encontrada em Porto Alegre, onde o preço atingiu R$656,92, o que representa mais da metade do salário mínimo no país, que hoje está na marca de R$1.100. Segundo a mesma pesquisa, os itens que tiveram maior aumento foram o açúcar refinado (7%), a manteiga (2,87%) e o leite integral (2,46%).

Além de Porto Alegre, as cidades de Florianópolis e São Paulo registraram a cesta básica em preços acima de R$640, sendo as maiores do país. Já locais como Fortaleza, Campo Grande e Aracaju tiveram um aumento de quase 4% no preço dos produtos, representando a maior alta em todos os estados.

Ainda segundo o Dieese, os preços estão 5 vezes maiores do que o que um trabalhador que recebe um salário mínimo conseguiria pagar. Na região Nordeste do país, são 55% dos trabalhadores que recebem apenas um salário mínimo, nas demais regiões os números não são tão melhores, sendo que no último período mais de um milhão de pessoas passou a receber um salário mínimo nas regiões Norte e Sudeste, reforçando o empobrecimento geral da população.

Mais da metade da população em risco

Colocando na balança o fato de que 15 milhões de trabalhadores encontram-se totalmente desempregados e mais de 50% da população em situação instável, é perceptível que a situação tende a piorar cada vez mais.

Apenas na pandemia, 125,6 milhões de brasileiros sofreram com insegurança alimentar, segundo dados do grupo de pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia. Este número indica que 59,3% da população brasileira não tem garantia de ter alimento na mesa todos os dias. Os dados foram computados nos meses de agosto a dezembro de 2020. Um ano depois, mais trabalhadores entraram neste índice, ultrapassando 60% da população brasileira.

Foi contabilizado, entre os anos de 2018 a 2020, já durante o governo Bolsonaro, que 23,5% da população já deixou de se alimentar por falta de dinheiro. Estes valores remetem aos patamares de 2004, quando iniciava-se o governo Lula após anos de destruição nacional promovidos pela política neoliberal.

Os resultados não poderiam ser diferentes. Desde 2016, quando a burguesia deu um golpe de estado contra a presidenta Dilma Rousseff, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) perdeu 90% de sua verba, sendo completamente destruído. Em menos de um ano, a fome havia aumentado 62,2% se comparado ao governo Dilma em 2013, tornando-se inclusive pior do que aquela vista no final do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Com a inflação, estes ataques tornaram-se ainda mais profundos. Hoje, o trabalhador brasileiro não tem condições de adquirir em diversas regiões o básico para sobreviver. Gás de cozinha, gasolina e muitos outros elementos básicos do dia a dia mais do que duplicaram de preço se comparado a 2016. A crise se aprofundou tão rapidamente, que centenas de milhares de motoristas de aplicativo devolveram seus carros e desistiram do serviço, que já era visto como última opção, devido à falta de recursos. Segundo pesquisas, em 12 horas de trabalho no dia, um motorista de aplicativo poderia ganhar apenas 150 reais de lucros, devido aos altos custos da gasolina. Uma verdadeira miséria.

Uma política de genocídio

Todos estes dados comprovam que Bolsonaro e todo o regime golpista estão matando a população de fome. Não é apenas o genocídio na pandemia causado pela política de total reabertura e de não proteção da população, o que já foi responsável por matar mais de meio milhão de trabalhadores. A política de Bolsonaro e da burguesia golpista consiste em também matar de fome a população brasileira.

Agora, com o anúncio da reforma administrativa e a entrega de diversas empresas nacionais aos grandes capitalistas, este cenário irá apenas piorar. Por isso, é fundamental que todos os sindicatos mobilizem suas categorias e organizem uma forte manifestação no dia 18, junto à paralisação geral dos servidores públicos.

A CUT precisa realizar esta forte campanha, ir às fábricas, mobilizar o aparato sindical, conversar com os trabalhadores nos bairros e ir formando o movimento. No dia 18, não haverá nas ruas tucanos, nem ciristas, nem qualquer golpista infiltrado, mas sim a classe operária e suas organizações. Por isso, é preciso utilizar esta data como uma forma crucial de impulsionar o movimento.

Para combater a fome é necessário derrubar Bolsonaro e todo o regime golpista. Não há outra saída para a população brasileira, que se vê vítima de um completo genocídio promovido por toda burguesia.

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